Vamos tentar fazer uma conta rápida. Escrevo sobre bares há dez anos – meu primeiro texto
foi publicado na Playboy de maio de 1998 (capa Andréa Guerra). São 52 semanas por ano, o que dá 520 semanas. Se vou a bares de duas a três vezes a cada sete dias, significa que já visitei ao menos entre 1000 e 1500 bares nesse período – e só a trabalho, sem contar as bebedeiras com os amigos. Certo?
É mais ou menos por aí, mas certo mesmo é que, sobretudo nos bairros em evidência, como os dos eixos Itaim-Vila Olímpia e Pinheiros-Vila Madalena, para cada bar que surge, há outro que fecha.
Para ter uma idéia desta constante transformação, basta reparar que muitos vencedores na eleição de VEJA São Paulo Comer & Beber, realizada anualmente desde 1997, não existem mais.
Santo Bar (boteco), ampgalaxy e Urbano (para dançar), Lounge e Garoa (para ir a dois), Dado Bier, Kintamani, Tipuana, The Bar, Liquid Lounge (para paquerar), Hampton e Tanoeiro (barman) são os saudosos campeões.
Desses doze, nove ficavam na Vila Olímpia e arredores. Portanto, fico surpreso quando percebo que um bar naquela região sobrevive ao primeiro ano de vida.
No domingo passado, por exemplo, o simpático Excelentíssimo Botequim completou dois anos. Nunca foi um bar badalado, mas manteve sua clientela. Cercado por prédios comerciais de arquitetura moderna, fachadas espelhadas, gosto e funcionalidade duvidosos, o bar é uma alternativa sossegada para a happy hour.
Passe lá para provar a feijoada (R$ 14,00, mais R$ 7,00 de couvert artístico do grupo de chorinho) e tomar um chope (R$ 3,80). Até dia 31, a porção de crostini é cortesia da casa.
E pense como o tempo voa, em dois anos.
Excelentíssimo. Rua Ramos Batista, 491, Vila Olímpia, tel. (11) 3842-4221.