36 horas em Fortaleza


Nove anos depois de ter conhecido Fortaleza, retornei à cidade, desta vez para dar a largada nos trabalhos de apuração de Veja Fortaleza – O Melhor da Cidade 2008-2009. E entre a minha saída e meu retorno para casa, passaram-se 36 horas, das quais, descontando os deslocamentos e os tempos de vôo, de sono e de reuniões, sobraram-me umas cinco horas para explorar a capital cearense.


Passei rapidamente por uma exposição em cartaz no Centro Cultural Dragão do Mar e dali segui para o Mercado Municipal. Difícil esconder a decepção, pois eu esperava encontrar um oceano de botecos e boxes com comidinhas regionais. Na verdade, trata-se de um centro de artesanato, com uns quatro andares de lojinhas de rendas, tecidos e roupas. Ainda assim, consegui comprar um pacote de castanha de caju (1 quilo por R$ 12,00, ou o equivalente a um terço do que se paga em São Paulo…) e quase deixei 200 reais por uma pasta de couro de jumento.


Na manhã de sábado, a poucas horas de voltar para casa, fui dar um mergulho no mar verde da praia do Futuro. Para chegar à areia, tive de passar pela mais famosa barraca de praia local, a Crocobeach.


Barraca de praia é um modo simplista de descrever aquele, digamos, estabelecimento. O acesso se dá por um jardim com coqueiros, bem conservado. Tive a sensação de desembarcar na Ilha da Fantasia. Em vez do grande Tatoo (quem se lembra?), na entrada há um boneco de um crocodilo gigante, a mascote da casa. Logo à frente vêem-se a lojinha, o cyber-café e os banheiros. À esquerda ficam as piscinas infantis, com escorregadores, e à direita, no que pude ver, um palco e os salões do restaurante, que tem até adega climatizada para os vinhos.


Já na areia ficam os quiosques ao lado dos quais os clientes estendem espreguiçadeiras, cadeiras de praia e uma espécie de almofadão, ideal para uma soneca. Em uma tenda, massagistas desestressam os turistas. Depois de passar por tudo isso, aí sim, você vê o mar. Não é o tipo de lazer de praia com que me identifico mas, devo dizer, a infra-estrutura é impressionante, perfeita para quem espera certa dose de mordomia, ainda que sob aquele calorão de 34, 35 graus.


Depois do mergulho, voltei para o hotel e antes de baixar no aeroporto, fiz um pit-stop no Colher de Pau, melhor restaurante de cozinha brasileira da cidade, segundo o júri da edição passada de Veja Fortaleza. Eu esperava encontrar um lugar arrumadinho, ao estilo da filial paulistana. Mas, para a minha sorte, o que vi foi uma casa com cara e alma botequeira. Na verdade, duas casas, uma de cada lado da rua.

Acomodei-me no quintal da que me pareceu a parte mais bacana, sob a sombra de uma mangueira. Nas mesas vizinhas, grupos de amigos falavam alto, uma turminha de garotas não parava de falar de seus namorados ausentes (para a tristeza dos tais falastrões) e o descompromisso que só as tardes de sábado têm marcava o lugar. Em uma hora, consegui tomar uma caipirinha, uma cerveja gelada e acabei com um prato de carne-de-sol com paçoca, baião-de-dois e banana assada. Satisfeito, dispensei o serviço de bordo no vôo de volta. Em São Paulo, 17 graus.

Colher de Pau. Rua Frederico Borges, 206, Varjota, Fortaleza, tel. (85) 3267-3773.

Crocobeach. Avenida Zezé Diogo, 3125, Praia do Futuro, Fortaleza, tel. (85) 3265-6667.

2 thoughts on “36 horas em Fortaleza

  1. Não deixem de visitar o Barôlla Grill na noite de sexta-feira (Av. Padre Antonio Tomas x Av. Sen. Virgilio Tavora). Lugar de gente bonita, cerveja gelada, churrasco à moda gaúcha e muita moda de viola! Abraço, André Tamarozi

    Like

Leave a comment