“Boxty on the griddle,
Boxty in the pan,
If you can’t make boxty,
You’ll never get a man”
Versão de “Batatinha quando nasce…” à moda irlandesa, a quadrinha acima fala do boxty, uma receita típica da culinária da terra de The Edge, Bonovox e companhia. Por coincidência, o ingrediente básico dessa espécie de panqueca é, justamente, a batata.
Mesmo após ter visitado vários pubs paulistanos e um ou outro em Londres, cinco anos atrás, ouvi falar de boxty pela primeira vez em Porto Alegre, em abril deste ano, quando passei pelo Mulligan Irish Pub, eleito o melhor bar para paquerar na cidade, de acordo com os jurados de Veja Porto Alegre.
E foi somente ontem, ao fim de um longo dia de trabalho, que pude experimentar o boxty, a cinco ou seis quarteirões de casa, no recém-aberto Mulligan Irish Restaurant. Aberto um mês atrás na Rua Bela Cintra, sim, o restaurante tem um grau de parentesco com o pub porto-alegrense. Na verdade, é mais que isso, trata-se de uma embaixada gaélico-gaúcha em São Paulo, por assim dizer. Explico: o chef de cozinha, a maître e alguns garçons foram importados justamente do pub da capital do Rio Grande.
Como o calor parece ter chegado antes do horário de verão, acomodei-me em uma das mesas do terraço para examinar o cardápio, que traz, para cada prato, uma sugestão de cerveja para harmonizar.
Pedi um copo de chope Eisenbahn Pilsen, aliás, bem tirado. Embora fosse quase meia-noite, resolvi provar uma das cinco opções de boxty: a porky and cabage, recheada de porco defumado com repolho e coberta com molho branco. Nada leve, mas bastante bom.
No prato, dei um chega-pra-lá no molho e concentrei-me no recheio e na massa, que tem a espessura de meio centímetro, talvez, e textura mais fofa que a de uma panqueca mas nem tanto quanto a de um waffle. Para beber, tomei meio pint de Newcastle, uma cerveja inglesa do tipo red ale.
Dobrado como um envelope, quase do tamanho do prato, o boxty dispensa qualquer acompanhamento (se sua vontade de comer não for assim das maiores). Pelo que vi no menu, uma versão pocket integra o irish breakfast, porção que inclui ovo frito, lingüiça, cogumelos, bacon e tomates cozidos. O curioso foi ver que a bebida sugerida para harmonizar com esse combinado era a Guinness.
Depois que paguei a conta, saí do bar pensando em duas coisas: primeiro, lamentei que o local estivesse tão vazio (poucas coisas são tão tristes quanto um bom bar vazio); e fiquei me perguntando se, logo de manhã, trocaria mesmo meu suquinho de laranja por um pint de Guinness.
PS: vai um sonzinho do U2 aí?
Mulligan Irish Restaurant. Rua Bela Cintra, 1579, Jardim Paulista, tel. (11) 3892-1284.
Ou, como também dizem os irlandeses… “A Guinness a Day, Keeps the Doctor away”. 🙂
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Leitura adicional recomendada:http://mesapra1.blogspot.com/2008/09/como-tirar-uma-pint-de-guinness-direto.html
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Menino, comecei a ler sobre o Mulligan, de cara lembrei da Eisenbahn. Cervejinha (ou chopinho, na versao que relatas) bom! Sabia que eu nao sabia que o Mulligan era o melhor lugar pra paquerar em Porto Alegre? Que perda de tempo, eu que tantas vezes fui la e so fiquei namorando o tal chopinho catarinense…
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