A primeira linha da carta de cervejas do bar Melograno, inaugurado no finzinho de 2008, traz essa pergunta – e a resposta a ela, elaborada pelo especialista Eduardo Passareli, o responsável pela seleção dos rótulos.
A resposta à questão parece óbvia para qualquer um de nós que se considere bom bebedor mas, se fizermos uma breve viagem no tempo, veremos que pode ser uma pegadinha. Até o início dos anos 90, no Brasil tínhamos poucas marcas no mercado, que era restrito à importação. Ou seja, para nós, cerveja eram apenas as pilsen disponíveis.
Com a liberação ocorrida a partir do governo Collor – e o pioneirismo, anterior a esse período, de bares como o Frangó e o finado Spuntino –, passamos a conhecer e a degustar marcas dos principais países produtores. Essa mudança certamente influenciou também as cervejarias brasileiras, que desenvolveram novas marcas e/ou reposicionaram outras no mercado, como a linha Bohemia da AmBev.
De modo que, hoje, pode não ser tão simples assim definir o que é uma cerveja, graças à enorme oferta que temos. Meu comentário, é claro, trata-se de uma brincadeira com a proposta da extensa carta – são cerca de 140! – do Melograno.
Não apenas extenso, o menu é didático. Os rótulos são apresentados de acordo com o tipo (chope, lager, ale, trapistas) e seus subtipos (pilsen tcheca, bock, dunkel etc). Há uma breve descrição desses tipos e cada rótulo é apresentado ao lado do país de origem e do teor alcoólico.
Na seção de pratos e petiscos, são sugeridas combinações das receitas com as geladas, que podem ser compradas para levar para casa, já que o lugar funciona também como um empório.
Experimentei, para começo de conversa, o chope Bamberg Pilsen (lager/ 270 ml/ Brasil/ 4,8%/ R$ 4,00), que me pareceu não tão gelado como deveria – ou como prefiro. Em seguida, a ótima 1795 (pilsen/ 500 ml/ República Tcheca/ 5%/ R$ 16,00; na foto), que me fez lembrar as que tomei em Praga ano passado…
Para acompanhar o ótimo zampano (sanduíche feito no forno a lenha, com massa de pizza e recheio de calabresa artesanal curada), aceitei a dica da carta e pedi uma garrafa da Fuller’s ESB (bitter ale/ 500 ml/ Inglaterra/ 5,9%/ R$ 21,00). Boa combinação entre o leve sabor frutado da ruiva com o sal e o fumo da calabresa.
Para a saideira, optei pelo frescor da Serramalte (pilsen/ 600ml/ Brasil/ 5,51%/ R$ 6,00). E saí de lá feliz por saber que a cidade ganha mais um bom bar especializado em cervejas.
Melograno Forneria e Empório de Cervejas. Rua Aspicuelta, 436, Vila Madalena, tel. (11) 3031-2921.
O Melograno é realmente uma das casas mais interessantes que a cidade ganhou no fim do ano passado. Parabens ao Edu pela casa e por nos dar a oportunidade de aprender sobre harmonização de cervejas e pratos com seu rico cardapio.
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Parabéns pela matéria e ao Edu do Melograno que traz a cidade uma casa inédita e meio ao buxixo da Vila Madalena. bjs Patrícia de Freitas
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