Bacalhau X Pirarucu

Foto: whozoo.org/www.whozoo.org

Cheguei a Manaus em plena hora do almoço da quarta-feira de cinzas. Antes de reunir-me com os jornalistas que vão fazer a apuração dos bares, restaurantes e casas de comidinhas para a edição especial Veja Manaus – Comer & Beber, tomei um táxi desde o hotel e segui ao centro da cidade.

Da primeira vez em que estive na capital amazonense, já tinha a intenção de conhecer o restaurante Calçada Alta, que fica a poucos quarteirões do Teatro Amazonas.

De fato, para chegar ao salão deste restaurante de culinária portuguesa, que mais parece uma tasca, já que suas instalações são de uma simplicidade enorme, é preciso subir alguns degraus até a varanda, que fica um metro acima do nível do passeio.

Acomodei-me em uma das cadeiras de ferro e assento redondo florido e pedi o cardápio. A especialidade da casa está nas receitas com bacalhau, preparado em porções para três pessoas. Assim, custam em média 150 reais. Como eu não queria gastar todo esse dinheiro nem desperdiçar comida, negociei uma sugestão alternativa.

Por 30 reais, comi um ótimo bolinho de bacalhau, com pouca batata e muito peixe, além de um prato feito com arroz, batatas cortadas à moda portuguesa e uma patanisca absolutamente deliciosa. Essa versão manauara da receita lusitana mais se parece com um bifão à milanesa, ao menos no tamanho. No preparo, misturam-se lascas de bacalhau, ovos, farinha e creme de leite, ingrediente que atribuiu maciez ao prato.

Enquanto almoçava, fiquei pensando em algo que me parece, ao menos, curioso. Como é que diante de uma oferta gigantesca de peixes da região, há quem se aventure a montar um restaurante especializado em bacalhau? Mais curioso é lembrar que na edição de Veja Manaus 2007/2008, o Bernardino’s, outro português, foi eleito o melhor restaurante da cidade.

Para o jantar, fui ao bar Açaí & Cia., que serve petiscos e pratos regionais. Como entrada, devorei uma porção de pastéis de pato, antes de encarar um filé de pirarucu com purê de macaxeira (mandioca). Esse peixe, conhecido como “bacalhau amazônico”, tem uma textura que lembra a do cod ghadus morhua. O fato de ser conservado no sal justifica a comparação.

Se me perguntassem qual seria o vencedor nessa disputa entre o bacalhau do Porto e o amazônico, apostaria num empate.

Açaí & Cia. Rua Acre, 98, Conjunto Vieiralves, Nossa Senhora das Graças, Manaus, tel. (92) 3584-0188.

Calçada Alta. Rua Costa Azevedo, 102, centro, Manaus, tel. (92)3234-4081.

Ressaca? Não, não, nada disso

Escrevo este texto enquanto assisto à entrevista coletiva pós-jogo do técnico do São Paulo, o grande Muricy Ramalho, na TV do quarto do Hilton Hotel de Belém, cidade à qual cheguei há poucas horas e à qual venho pela segunda vez. Sobre Belém, porém, vou escrever logo mais.

Por ora, quero falar um pouco dos dois dias que passei no Rio de Janeiro, durante o carnaval. Entre a manhã de domingo e a de terça-feira, fiquei com a impressão que os dias tiveram 48 horas cada, tal a quantidade de coisas que fiz e a de botecos a que conheci e revi.

Poucas horas após chegar à Cidade Maravilhosa, segui para o Cordão do Boitatá, bloco que circulou por algumas ruas do centro. De lá, segui para o restaurante Aprazível, em Santa Teresa. Para minha frustração – e alegria da ala feminina do meu grupo, incluindo aí minha namorada, que estava com medo de encará-lo –, o bondinho que leva ao bairro não partiu por falta de energia.

Ainda assim, 50% do programa estavam garantidos: o restaurante funciona em uma construção que abriga a maior parte das mesas ao ar livre, num terreno em declive. Ficaram na memória os pasteizinhos e a ótima caipirinha feita com cachaça Magnífica. Depois de um mergulho em Ipanema, o pós-praia foi no velho e muito bom Caranguejo, botecaço na esquina da Barata Ribeiro com a Xavier da Silveira, em Copacabana. Não se deve sair de lá sem fazer o que fizemos: pedir empadinhas de camarão, pastéis de camarão e de siri e rissoles de camarão.

O plebeu observa…
Dali, caminhamos até um dos pontos míticos do bairro, o Bip Bip. No diminuto salão só se acomoda a diretoria, composta de músicos que vão chegando aos poucos para cantar e tocar sambas e choros durante a noite toda. Nós, plebeus, só adentrávamos o local para nos reabastecermos de cerveja (conforme atestam as duas primeiras fotos que acompanham este post).

… a diretoria do Bip-Bip…
No dia seguinte, depois de mais praia, o destino seria a Urca, por onde desfilaria o bloco Exalta Rei. Como o nome entrega, o troço homenageou o mais ilustre morador do bairro, Roberto Carlos. Em vez de sambas e marchinhas, a trilha que teríamos de cantar incluía hits como “Todos Estão Surdos”, “Jesus Cristo” e “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”. Antes de nos juntarmos ao grupo e testemunharmos a sambadinha do Rei, na varanda do prédio em que mantém sua cobertura dúplex com vista para o Corcovado e a baía de Guanabara, fizemos a concentração no bar Urca, eleito o melhorr da orla na edição mais recente de Veja Rio – Comer & Beber.

De fato, o melhor do bar está na orla, ou melhor, na mureta que separa a rua das águas da baía, sobre a qual a freguesia do boteco se acomoda e ajeita garrafas e copos de cerveja enquanto se delicia com os pastéis de carne e as empadinhas de camarão.

… a mureta em frente ao Urca…
Após o encontro com Sua Majestade e mais uma frustração – pela segunda vez, tentei rever o Cervantes, no Leme, mas inexplicavelmente o bar estava fechado, assim como estava inexplicavelmente fechado durante o célebre show dos Rolling Stones na praia, três anos atrás – este blogueiro e seus amigos seguiram para o Bar Lagoa.

… e a sambadinha do Rei

Para minha surpresa, a lenda segundo a qual os garçons da casa são mal humorados permanece sendo uma lenda. Muito bem atendido, aliás, nosso grupo degustou com calma os croquetes, os filés a oswaldo aranha e as saladas de batata. Depois de um sem-fim de copos de chope, a saideira seria mais uma vez no Caranguejo.

Não me lembro, porém, como cheguei em casa.

ATUALIZAÇÃO FEITA ÀS 13H56 DE SEXTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2009:

Aprazível. Rua Aprazível, 62, Santa Teresa, tel. (21)2508-9174.

Bar Lagoa. Avenida Epitácio Pessoa, 1674, Lagoa, tel. (21) 2523-1135.

Bar Urca. Rua Cândido Gaffrée, 205, Urca, tel. (21) 2295-8744.

Bip Bip. Rua Almirante Gonçalves, 50, Copacabana, tel. (21) 2267-9696.

O Caranguejo. Rua Barata Ribeiro, 771, Copcabana, tel. (21) 2235-1249

Você está atrasado

Se você, leitor deste blog, terá o privilégio de passar o carnaval em Recife e Olinda, saiba que está ao menos uma semana atrasado para a folia.

Por conta do início dos trabalhos da edição especial VEJA Recife – Comer & Beber 2009/2010, estive nas duas cidades no fim de semana passado. E pude ver que Momo já reina por lá há dias.

As duas cidades estão decoradas, o povo só fala em carnaval, carnaval, Sport na Libertadores e carnaval. Ao visitar Olinda, pude relembrar o clima de outras folias que passei por lá. Em Recife, graças a amigos como Emerson, Carlinhos, Eduardo Machado, as Caróis e Cecília, continuo sentindo-me em casa.

Fui à festa do bloco Enquanto Isso na Sala de Justiça, vi o Pitombeiras dos Quatro Cantos puxar o povo pelas ladeiras olindenses e ainda acompanhei diversos grupos de maracatu e frevo pelas ruas do Recife Antigo.

A foto acima, aliás, foi mal tirada por mim ali, enquanto tomava uma cervejinha na noite de segunda-feira, após acompanhar o ensaio de uma orquestra de frevo e antes de seguir para o show de Marcelo D2 no Fortim do Queijo, em Olinda. As mesas de plástico azul pertencem ao Burburinho, um dos botecos mais autênticos da região central de Recife.

Funciona no térreo de uma daquelas construções seculares da área que foi restaurada uns dez anos atrás. A partir deste sábado, certamente faltará espaço no bar e nas ruas de paralelepípedo para quem qusier conhecê-lo.

Mas se você puder se refrescar com uma Skol gelada e quiser recarregar as baterias, não deixe de passar pelo Burburinho e experimentar também os pastéis de charque ou de três queijos (R$ 3,00), ou o sanduíche de carne de sol com queijo-coalho (R$ 5,50).

Cuide-se e tenha um bom carnaval.

Burburinho. Rua Tomazina, 106, Recife Antigo, tel. (81) 3224-5854.

O melhor do Vale – ao menos por enquanto


Ao menos até o mês de maio deste ano, quando será lançada a edição Veja Vale & Montanha, o Bar Coronel, em São José dos Campos, continuará sendo o melhor boteco do Vale do Paraíba, já que na versão 2008-2009 da revista os jurados da região o elevaram a essa condição.

Por conta de obrigações profissionais, passei parte do dia de ontem em São José e, claro, fui até esse bar. Instalado numa esquina de frente para o cemitério, já estava lotado já na hora do almoço. Mães com os filhos em uniforme escolar, trabalhadores e grupos de amigos aparentemente sossegados dividiam as mesas do abafado salão.

O cardápio informa que faz sucesso a fraldinha com alho e polenta. Quase pedi uma porção dessas, mas pude ver que no balcão de self-service montado para o almoço havia um pout-pourri de petiscos e comidinhas da casa. Além do mais, era quarta-feira e… tinha feijoada!

A feijoada, na verdade, não me emocionou muito não. Faltou sustança. Gostei do torresminho, ainda que um deles estivesse meio borrachudo. O bolinho de pão me fez lembrar o da minha vó Leonor. Aliás, só ela, pelo que me lembre, se referia ao bolinho de carne como sendo bolinho de pão, já que ela usava miolo para fazer a liga com a carne moída.

O pastel de bacalhau (R$ 4,00) estava uma delícia, com recheio farto, sem exagero. Até o salsichão pareceu ser de boa procedência.

Para beber, tive de recusar uma dosezinha de Primeira Dama Gold, deliciosa cachaça produzida em Patos de Minas (MG). Para mim, uma das melhores do país, já que tem envelhecimento correto em barris, sem gosto exagerado de madeira, e um sabor refinado, que lembra até o de um bom conhaque.

Optei, então, pelo chope Brahma, tirado com capricho, fresco e refrescante. E fiquei me divertindo com as mensagens de quadros pendurados na parede. Um deles, comparando os prós e contras de freqüentar um bar ou uma academia, pergunta: em qual desses lugares você prefere comemorar a vitória do seu time do coração?

Não preciso responder.

Bar Coronel. Rua Francisco Rafael, 298, centro, São José dos Campos, tel. (12) 3921-3141.

O chope Guinness voltou!

Aviso aos navegantes:

Greigor Caisley, proprietário do Drake’s Pub, avisa em primeira mão: desde a tarde de ontem, o chope Guinness voltou a ser servido no bar.

O abastecimento está garantido pelo menos até o fim de semana, já que a casa recebeu cinco barris.

Drake’s Pub. Rua Tucmbira, 163 (Centro Brasileiro Britânico), Pinheiros, tel. (11) 3812-4477.

O chope Guinness sumiu!

“Por problemas de importação, não podemos servi-lo chope Guinness, Old Speckled Hen e Newcastle. Agradecemos a preferência e informamos que a previsão de volta [sic] é para próxima semana. Obrigado pela compreensão.”

Até a tarde deste domingo, pelo menos, a advertência acima ainda aparecia em um recorte de papel anexado ao cardápio do Drake’s Pub, conforme pude conferir, assim que o garçom me entregou o cardápio. Ao perguntar à funcionária do caixa mais detalhes sobre a falta da irlandesa Guinness — os fregueses, de repente, pegaram o patrão de surpresa? Ele está em dívida com o importador? As fontes de água na Irlanda congelaram? — o máximo que ela soube dizer é que fazia cerca de quinze dias que os barris da bebida não chegavam ao estabelecimento.

Intrigado, hoje resolvi ligar para outros bares, a fim de saber se a história se repetia: no Frangó, desde a terceira semana de janeiro as torneiras de Guinness estão secas. No Finnegan’s, a estiagem já dura três semanas. O que estaria acontecendo, afinal?

Uma breve oração a Saint Patrick, o padroeiro dos beberrões irlandeses, e ele me trouxe a luz: após dar dois ou três telefonemas, consegui falar com Daniel Mourão, responsável no Brasil pela área de marketing da Guinness na Diageo, a multinacional que controla a marca. Segundo ele, o desabastecimento, digamos assim, do chope se deve às recentes mudanças no sistema de cobrança de impostos sobre a importação de cerveja. “Tivemos problemas internos para nos adaptarmos aos novos trâmites”, disse Mourão a este blogueiro. “Além disso, a procura pela cerveja aumentou”.

A bem da verdade, importar cervejas, vinhos ou qualquer outro produto semelhante não é tarefa fácil. No caso de Guinness, o processo pode levar até quatro meses, garante Mourão. O transporte dos barris leva três semanas desde a Europa até o porto de Santos. Já no Brasil, o processo de liberação do produto – perecível, é bom lembrar – dura de dois a três meses, em média. Fosse uma cerveja do tipo pilsen, estaria imprestável para o consumo.

Segundo a Diageo, até o fim de fevereiro todos os 120 pontos de venda de chope Guinness no Brasil deverão estar com o abastecimento normalizado. Promessa feita a Saint Patrick, que tem seu dia celebrado em 17 de março.

Atualização feita às 15h18 de terça-feira, 10 de fevereiro:

PS: o primeiro carregamento de Guinness, que chegou ao porto de Santos em 7 de janeiro, ainda está embaraçado

O Fuad, em obras

Conforme prometido no post anterior, ontem à noite não tomei o rumo da zona norte da cidade, nem segui para Porto Alegre. Parei na região central, mais precisamente no Esquina Grill do Fuad, um dos mais tradicionais botecos de Santa Cecília.

O Fuad – no caso, Fuad Sallum – é tão famoso no pedaço que numa das paredes é possível vê-lo em fotografias, sorridente, ao lado de nomes como Paulo Maluf, José Serra, Gilberto Kassab, Fernando Collor, Marta Suplicy. A razão de o anfitrião ter sido clicado ao lado de tantas personalidades políticas, digamos assim, é simples: Fuad sempre atuou em entidades do bairro, como o conselho de segurança local.

Fazia mais de um ano que eu não me instalava numa daquelas mesinhas de plástico colocadas sobre a calçada da esquina com a rua Imaculada Conceição.

Antes mesmo de pedir uma cerveja, segui para o banheiro e logo notei uma confusão danada no salão. Sacos e mais sacos de cimento empilhados, tijolos e materiais de construção estavam espalhados por ali, bem diante do espaço em que ficava a churrasqueira.

Eu disse “ficava” porque o bar deve ganhar, na próxima semana, uma novinha em folha. E daqui a duas semanas, prevê a casa, ela já estará pronta para uso.

Enquanto isso, os famosos cortes de carne estão sendo preparados na chapa: como a picanha saralho (temperada com alho e sal grosso) e o chuletão (R$ 15,90).

Como nenhuma chapa é páreo para uma boa churrasqueira, optei pela porção de fraldinha “100 gordura” (R$ 23,90) e por alguns pasteizinhos de carne (R$ 3,60 a porção com três unidades). Para beber, cerveja gelada e a cachaça da casa (R$ 2,90), que vem de Minas Gerais.

Embora tenham sido boas pedidas, a churrasqueira do Fuad faz falta. Espero vê-la de novo, em breve.

Esquina Grill do Fuad. Rua Martim Francisco, 244, Santa Cecília, tel. (11) 3666-4493.

Ando meio monotemático…

Desculpe, leitor, se você acha que estou sendo monotemático ultimamente, por ter escrito mais de uma vez, nos últimos dias, sobre bares do Rio Grande do Sul e do bairro do Pari, em São Paulo.

Por uma coincidência danada de fatores, voltei ao Pari na noite de terça. Desde que escrevi aquela reportagem para Veja São Paulo em agosto de 2007 (leia aqui), acho que nunca havia voltado tantas vezes por lá em tão pouco tempo.

Às 9 da noite, mais ou menos, dois desses amigos já esperavam por mim numa mesa redonda num dos salões do Bar do Jô. Como eles já estavam no primeiro chope, decidi acompanhá-los. Para comer, antes que eu sugerisse a porção de filé mignon acebolado ou a de codorna ao alho, dois dos hits da casa, o Gilberto (outro ex-Pari) já lançou a idéia de uma carne seca desfiada.

Ainda que bem feita, uma porção de carne seca desfiada não é assim algo que nos faça dizer: “Nossa! Comi uma carne seca inesquecível no Bar do Jô!”. A bem da verdade, quem costuma se lembrar desse petisco é o estômago, já que a, por assim dizer, iguaria é um torpedo de 296 calorias por 100 gramas – no mínimo.

Pois a carne seca que o Jô preparou, descontado o bairrismo, foi das mais gostosas que comi. Salgada na medida, veio à mesa numa quantidade enorme, o suficiente para acalmar os ânimos de três glutões, como era nosso caso. Não sei como o Jô faz isso, mas a carne parece desfazer-se em fios de 1 milímetro de espessura.

Permita-me a sugestão, caso você vá até lá: pegue uma fatia de pão francês, cubra com uma garfada de carne seca, pingue duas gotinhas da pimenta da casa e experimente.

Diga-me depois o que achou. De resto, prometo mudar de bairro no próximo texto.

Bar do Jô. Rua Conselheiro Dantas, 479, Pari, tel. (11) 3311-0347.

Boa viagem e bons goles


Desde sábado, 31 de janeiro – céus, já estamos em fevereiro! –, o jornalista Horst Kissmann, repórter da revista Prazeres da Mesa (Editora Quatro Capas), está na estrada para uma viagem de certa forma insólita e obstinada.

Ele está aproveitando suas férias para percorrer – de carro e durante 30 dias – 10 mil quilômetros pelo sul do Brasil, e pelas regiões vinícolas de Uruguai, Argentina e Chile (se seu diário de bordo revelar algum achado botequinesco, antecipamos aqui.

Sua idéia é montar uma adega com os melhores rótulos de vinho que encontrar pelo percurso. Nestes primeiros dias, ele vai passar justamente pela região do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, onde estão localizados os principais produtores do país. Aguns deles, aliás, costumam receber turistas em suas cantinas.

Neste mês, é possível até participar da vindima. A Pizzato, localizada em Bento Gonçalves, promove um passeio de um dia, que inclui, além da colheita, um almoço com degustação. Custa R$ 120,00 (informações no tel. 51/8186-7386, com Giovana) .

Esta viagem do Horst me fez lembrar de como é bacana fazer um passeio pela região do Vale dos Vinhedos – programa ideal a serdegustado a dois.

Vizinha a Bento Gonçalves está Garibaldi, cidade famosa por seus espumantes, como os da Chandon, que mantém ali a sua cantina (fábrica). Pois em Garibaldi fica também um dos melhores e mais animados bares com música ao vivo do país. Trata-se do Bar Joe (ou bar do Joe), aberto em 1983.

Estive lá em duas oportunidades: 1999, quando aproveitei uma viagem de trabalho pela Playboy a Porto Alegre e estiquei o fim de semana, e em janeiro de 2006.

O Joe tem alma de pub – sobretudo por que recebe boas bandas da região em seu palco – e vários ambientes. Na mais recente visita, notei que foi montado um champanhe bar, com variada carta de espumantes locais. Numa área mais calma, reservada, é a antítese do salão principal, onde o público, geralmente vindo de todas as cidades vizinhas, costuma se cruzar e se paquerar – enquanto boas bandas de pop-rock se apresentam no palco.

Como acontece com todos os bons bares do interior, porém, há os dias “certos” para conhecer o Joe. Desafio a qualquer um a sair de lá sem ter conhecido alguém bacana numa noite de quinta ou de sábado.

Bar Joe. Rua Buarque de Macedo, 3446, Centro, Garibaldi, tel. (54) 3462-2765)