Ressaca? Não, não, nada disso

Escrevo este texto enquanto assisto à entrevista coletiva pós-jogo do técnico do São Paulo, o grande Muricy Ramalho, na TV do quarto do Hilton Hotel de Belém, cidade à qual cheguei há poucas horas e à qual venho pela segunda vez. Sobre Belém, porém, vou escrever logo mais.

Por ora, quero falar um pouco dos dois dias que passei no Rio de Janeiro, durante o carnaval. Entre a manhã de domingo e a de terça-feira, fiquei com a impressão que os dias tiveram 48 horas cada, tal a quantidade de coisas que fiz e a de botecos a que conheci e revi.

Poucas horas após chegar à Cidade Maravilhosa, segui para o Cordão do Boitatá, bloco que circulou por algumas ruas do centro. De lá, segui para o restaurante Aprazível, em Santa Teresa. Para minha frustração – e alegria da ala feminina do meu grupo, incluindo aí minha namorada, que estava com medo de encará-lo –, o bondinho que leva ao bairro não partiu por falta de energia.

Ainda assim, 50% do programa estavam garantidos: o restaurante funciona em uma construção que abriga a maior parte das mesas ao ar livre, num terreno em declive. Ficaram na memória os pasteizinhos e a ótima caipirinha feita com cachaça Magnífica. Depois de um mergulho em Ipanema, o pós-praia foi no velho e muito bom Caranguejo, botecaço na esquina da Barata Ribeiro com a Xavier da Silveira, em Copacabana. Não se deve sair de lá sem fazer o que fizemos: pedir empadinhas de camarão, pastéis de camarão e de siri e rissoles de camarão.

O plebeu observa…
Dali, caminhamos até um dos pontos míticos do bairro, o Bip Bip. No diminuto salão só se acomoda a diretoria, composta de músicos que vão chegando aos poucos para cantar e tocar sambas e choros durante a noite toda. Nós, plebeus, só adentrávamos o local para nos reabastecermos de cerveja (conforme atestam as duas primeiras fotos que acompanham este post).

… a diretoria do Bip-Bip…
No dia seguinte, depois de mais praia, o destino seria a Urca, por onde desfilaria o bloco Exalta Rei. Como o nome entrega, o troço homenageou o mais ilustre morador do bairro, Roberto Carlos. Em vez de sambas e marchinhas, a trilha que teríamos de cantar incluía hits como “Todos Estão Surdos”, “Jesus Cristo” e “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”. Antes de nos juntarmos ao grupo e testemunharmos a sambadinha do Rei, na varanda do prédio em que mantém sua cobertura dúplex com vista para o Corcovado e a baía de Guanabara, fizemos a concentração no bar Urca, eleito o melhorr da orla na edição mais recente de Veja Rio – Comer & Beber.

De fato, o melhor do bar está na orla, ou melhor, na mureta que separa a rua das águas da baía, sobre a qual a freguesia do boteco se acomoda e ajeita garrafas e copos de cerveja enquanto se delicia com os pastéis de carne e as empadinhas de camarão.

… a mureta em frente ao Urca…
Após o encontro com Sua Majestade e mais uma frustração – pela segunda vez, tentei rever o Cervantes, no Leme, mas inexplicavelmente o bar estava fechado, assim como estava inexplicavelmente fechado durante o célebre show dos Rolling Stones na praia, três anos atrás – este blogueiro e seus amigos seguiram para o Bar Lagoa.

… e a sambadinha do Rei

Para minha surpresa, a lenda segundo a qual os garçons da casa são mal humorados permanece sendo uma lenda. Muito bem atendido, aliás, nosso grupo degustou com calma os croquetes, os filés a oswaldo aranha e as saladas de batata. Depois de um sem-fim de copos de chope, a saideira seria mais uma vez no Caranguejo.

Não me lembro, porém, como cheguei em casa.

ATUALIZAÇÃO FEITA ÀS 13H56 DE SEXTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2009:

Aprazível. Rua Aprazível, 62, Santa Teresa, tel. (21)2508-9174.

Bar Lagoa. Avenida Epitácio Pessoa, 1674, Lagoa, tel. (21) 2523-1135.

Bar Urca. Rua Cândido Gaffrée, 205, Urca, tel. (21) 2295-8744.

Bip Bip. Rua Almirante Gonçalves, 50, Copacabana, tel. (21) 2267-9696.

O Caranguejo. Rua Barata Ribeiro, 771, Copcabana, tel. (21) 2235-1249

5 thoughts on “Ressaca? Não, não, nada disso

  1. salve, salve, meu caro miguel. grande roteiro, que também costumo fazer, alternando as visitas a esses bares, mas sempre fazendo um ‘esforço’ para conferir cada um deles, como se fossem velhos e estimados parentes. um grande abraço. lima

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  2. Miguel, Frequentei o Rio nos final dos anos 80 e fui apresentada ao Cervantes pelo (então) namorado carioca. Mas desde aquela época esse bar fecha cedo pois o local ali…depois das 8 hs da noite, ou seja, da próxima vez vá no final da tarde, aos domingos não abre. Gostei muito do seu blog – foi uma indicação do Felipe Machado, “voltarei outras vzs” . Valeu, um abç.

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