- Foto: divulgação
“O que dizer de um show que começa com Burn, termina com Smoke on the Water e tem Perfect Strangers no meio?”
Esse era o riff, ou melhor, o lide da crítica que o repórter da “Rock Brigade” fez ao primeiro show do Deep Purple em São Paulo, no Ibirapuera, em algum dia de 1991. Realmente, dizer o quê?
Desde que a minha banda preferida dos meus tempos de colegial resolveu vir para cá ano sim, ano não, ja assisti a quatro ou cinco apresentações, com e sem Ian Gillan, com e sem Ritchie Blackmore, com e sem Jon Lord. E sem David Coverdale, que em compensação só pude ver à frente do Whitesnake uns quatro anos trás.
Faltava encarar Glenn Hughes ao vivo, o baixista da terceira formação, autor e intérprete de algumas das melhores músicas do Purple. Pois ontem eu consegui finalmente reparar essa falha.
O que vi no Carioca Club – sim, o cara e sua banda tocaram num bar conhecido por reunir sambistas e pagodeiros – me fez lembrar a história do protagonista do fime Rock Star. Ou seja, a do ex-ídolo que tocava para milhares de pessoas em estádios e ginásios e que depois de um período de ostracismo ressurge como um honesto representante da era grunge, se apresentando num barzinho.
Pois aquelas 300 ou 400 pessoas reunidas 24 horas atrás no Carioca talvez tenham testemunhado algo parecido. Para elas, tenho certeza, foi tão emocionante ter estado ali quanto no Morumbi lotado para ver o AC/DC.
Rock do começo – com Stormbringer – ao fim, com Burn, mais os clichês que nós, ex-metaleiros, tanto gostamos: “I love you, Saaao Paulo”, solos intermináveis de baixo, guitarra e bateria, além de performances impagáveis de air guitar na plateia.
E, como não poderia faltar, cerveja gelada (R$ 4,00 a latinha) para acompanhar. Gostei, aliás, do inteligente sistema de pagamento da casa, em que é possível preencher um cartão com determinado valor e ir debitando de acordo com o consumo. Assim, nada de filas na hora de ir embora.
Só para contrariar, o único descontente ali era o tiozinho do banheiro. Não entendia por que o público contabilizava dez homens para cada garota, bem diferente do que está acostumado a ver nas noites dedicadas a Exaltasamba, Sorriso Maroto etc.
Carioca Club. Rua Cardeal Arcoverde, 2899, Pinheiros, tel. (11) 3813-8598.
Como você escreveu no início, imagino que todos que tiveram ontem no Carioca Club se perguntam até agora. Realmente dizer o que?
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É isso aí, garotão! Que saudade do tempo em que nossas preocupações se reduziam a uma dúvida apenas: quem é melhor, Purple, Led ou Rush?
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fala, miguel!
sabe que o glenn disse que esse foi o melhor show dele em dez anos?
em minha opinião, ninguém canta melhor que ele hoje!
e que repertório lindo!
além de curtir muito esse show e também um acústico para pouco mais de 100 pessoas dois dias antes, tive a imensa honra de receber “the voice of rock” em minha humilde casa, onde ele comeu arroz, feijão, camarão pistola, pupunha, banana da terra e abobrinha.
legal, né?
abração!
ps – espero que esse comentário não seja censurado como o anterior.
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