Guarulhos – Lisboa – Buenos Aires

Não marquei a quantidade exata, mas no fim de semana bati meu recorde de consumo de carne. Em quatro investidas a parrillas portenhas, devorei peças de asado de tira (costela), bife de chorizo, ojo de bife e bife ancho em quantidades suficientes para abastecer uma família por semanas. Ou para garantir a alegria de um churrasco pré-jogo do Brasil. Acontece que passei o sábado e o domingo em Buenos Aires, na companhia de três de meus melhores amigos.

Desembarcamos em Ezeiza na tarde de sexta, depois de ter assistido a Brasil e Portugal num pubzinho que fica no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos.

Não é o lugar ideal para acompanhar uma partida de futebol, mas até que a experiência foi divertida, mesmo depois de ter pagado 8 reais por uma garrafa long neck de Kaiser Gold (que é uma cerveja muito boa, diga-se).

Coincidentemente, acomodado numa mesa à nossa esquerda, um portuga da gema, torcedor do Benfica, acompanhava o jogo ao lado de um inglês. Os outros 30 e poucos espectadores eram brasileiros, o pareciam ser.

No intervalo, puxei papo e disse a ele que em poucos dias viajo a Portugal – no que me passou uma dica de restaurante na cidade do Porto, que pretendo conferir. No mais, ele ficou impressionado por eu ter dito que conhecia a Vitória.

E quem é Vitória?

Vitória é uma águia que, com fitas vermelhas e brancas presas às garras, faz um voo rasante – como uma volta olímpica, a cada jogo do Benfica no Estádio da Luz, em Lisboa – e pousa no meio de campo. Após o pouso, o estádio irrompe numa festa. É emocionante.

httpv://www.youtube.com/watch?v=haCdUIwhutg

De volta a Buenos Aires, já à noite e acomodados no hotel Own, que fica no bairro de Palermo Holywood, seguimos para a rua em busca de algo para comer.

Para nosso azar (detesto essa palavra, mas…), havia na região uma manifestação do Sindicato dos Trabalhadores do Hotéis, Bares e Restaurantes. Os piqueteiros seguiam em marcha pixando carros e fachadas de estabelecimentos, invadirindo bares e restaurantes e obrigando seu fechamento imediato.

À mesa da parrila El Primo, depois de termos feito o pedido e de esvaziada uma garrafa de vinho, fomo gentilmente informados pela garçonete que nossos pratos não seriam servidos porque o patrão estava com medo que o local fosse invadido. Frustradíssimos, fechamos a conta.

Encontrar um restaurante ou bar aberto àquela hora seria uma tarefa dificílima, para não dizer inútil (deu pena de ver garçonetes a limpar as calçadas lotadas de panfletos jogados na rua).

Para nossa sorte, o Acabar (foto abaixo, de Pablo Souza) ficava perto dali.

Caminhávamos de volta ao hotel – esta é uma vantagem enorme de Palermo, a possibilidade de fazer muitas coisas a pé – quando notei que um casal deixava um bar cuja fachada estava compeltamente apagada. Consegui notar no entreabrir da porta um salão iluminado e bombando. Na cara de pau 9e com cara de faminto) perguntei ao porteir se poderíamos entrar. Era quase 1 da manhã.

Assim que entrei no salão, me dei conta que estive nesse mesmo bar em 2004, da primeira das três vezes que visitei Buenos Aires. É um bar-restaurante muito legal, em que é possìvel passar a noite a disputar partidas de ludo, Banco Imobiliário e outros jogos de tabuleiro que a casa deixa a disposição dos clientes. Dividimos uma picada (tábua de embutidos e queijos) e, para brindar, garrafas de Quilmes (10 pesos cada uma, o equivalente a 5,50 reais a garrafa de 1 litro). O ambiente e o astral do Exquisito!, na Bela Cintra, lembram muito esse Acabar, com a diferenta que o bar bonairense é maior, com vários ambientes. Grupos de garotas e turmas mistas dominavam o salão.

Para a primeira noite de um fim de semana em que assistiríamos ao jogo da Argentina de Maradona, Messi e Higuaín em território adversário (e não inimigo, certo, Galvão?), até que passamos por poucas e boas emoções.

Acabar. Calle Honduras, 5733, entre Bonpland e Carranza, Palermo Hollywood.

Parrilla El Primo. Calle Humboldt esquina com Gorriti, Palermo Hollywood.

PS: num próximo post, falo de uma das melhores carnes que já comi.

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