O Cão Véio é legal mesmo?

Balcão do Cào Véio / Foto: Miguel Icassatti

Minutos depois que postei a foto acima no Instagram e no Facebook, um amigo me perguntou: “e aí, o Cão Véio é legal mesmo?”

Pensei um pouco, demorei alguns minutos a responder e disse: “Eu gostei, velho”.

Entendo a pergunta do meu amigo. Fazia tempo que não havia tanta expectativa diante da abertura de um bar, como ocorre agora com o Cão Véio.

Afinal, entre os idealizadores do bar estão o músico Badauí, da banda CPM 22, e o chef Henrique Fogaça, do restaurante Sal.

Cão Véio: gastropub / Foto: Fernando Moraes

O que primeiro chama a atenção do bar é a quantidade de tatuagens exibidas pelos garçons, garçonetes, barman, clientes e patrões. Sem essa fauna, o bar perderia muito de sua atmosfera.

Se Badauí dá expediente atrás do balcão do bar todas as noites, a presença de Fogaça se aparece nas receitas que ele criou. É comida substanciosa, em que diferentes variedades de carne são a base, muito bem preparadas, aliás.

Provei o pedigree, uma espécie de escondidinho de cabrito com queijo gratinado (talvez maçaricado). Custa R$ 18 a porção individual, que é pequena, mas como dizia minha vó Leonor, “sustenta”.

Em seguida, pedi um sanduíche de copa lombo com vinagrete de maçã (R$19). Para quem esperava algo gordo, me surpreendi com a extrema leveza da textura e do sabor. A carne estava desfiada e cozida na medida ideal.

Para beber, há cerca de quarenta rótulos de cerveja à venda. Eu estava a fim de tomar uma Duvel, mas os R$ 30 pedidos pela garrafa – no Mambo, você compra por R$ 13 — me fizeram migrar para uma Eisenbahn Strong Golden Ale (R$ 13) e depois para uma Rogue American Pale Ale (R$ 18).

É para esse capítulo das bebidas, portanto, que vai minha gongada: senti falta de uma ou duas opções de cerveja de garrafa que me custasse menos de 10 reais.

Mas no fim das contas e em complemento à pergunta feita pelo meu amigo lá no início desse texto, eu diria que o Cão Véio entrega o que promete: comida bem feita, bebida decente e um astral de pub bem legal.

Cão Véio. Rua João Moura, 871, Pinheiros, tel. (11) 4371-7433.

 

 

O melhor sanduíche do mundo


Pão, carne, repolho e maionese. Sem mais / Foto: Miguel Icassatti

Quando o Peru’s mudou de endereço, em 2007, do velho, acanhado e surrado salão na Rua Júlio de Castilhos para o megaponto na Rua Cajuru, eu choraminguei. O velho boteco do Belenzinho, em que eu comia o maior e melhor churrasco da minha infância, havia se tornado um restaurante enorme, com decoração mais moderna, serviço de bufê e estação de grelhados, mais ou menos como um daqueles restaurantes de estrada, tipo Graal.

Por isso, quando quero comer o melhor sanduíche do mundo, me acomodo no balcão logo à entrada e guardo uma distância respeitosa para o salão. Não consigo mais ver a chapa pelando de quente, a carne fritando, a fumaça mas fico de olho na boqueta, à espera do meu lanche.

Nesses últimos seis anos, voltei ao Peru’s umas três ou quatro vezes — menos do que gostaria — e, na real, pude constatar que naquilo que o Peru’s me é caro, que é fazer o melhor sanduíche do mundo, ele continua o mesmo, inigualável.

O melhor sanduíche do mundo compõe-se de pão francês crocante, contra-filé temperado, molho de repolho e maionese (R$ 13,60). Na versão completa, a do segundo melhor sanduíche do mundo, cabem ainda alface, queijo e tomate (R$ 15,70).

Felizmente, o meu sanduba continua o mesmo. Fui eu quem mudei, troquei o guaraná da infância pelo chopinho.

Peru’s. Rua Cajuru, 1164, Belenzinho, tel. (11) 2694-6861, http://www.perussandubas.com.br