Passaram-se quatro ou cinco meses desde a inauguração do Brera, um bar-sanduicheria aberto nos Jardins, até que, na noite do sábado, fui conhecer a casa. E, antes de esclarecer o porquê, digo que gostei, e muito dali.
O Brera ocupa uma espécie de sobrado do lado esquerdo da rua, em sua parte plana. Um terraço em nível elevado em relação à calçada acomoda uma mesa coletiva ao redor da qual, em noites gostosas como foi a de sábado, turmas podem se reunir num certo clima de dolce far niente. Essa impressão ganha força ainda mais quando, de passagem, ouve-se pessoas falando em italiano. Algo que ali não acontece por acaso, porque alguns dos donos nasceram na Bota.
Lá dentro, num ambiente à meia-luz, as paredes são cobertas por réplicas com fotos em preto-em-branco de padeiros e padarias italianos do fim do século 19 e início do 20. Uma delas é esta:
Especializado em panino, o local trabalha com frios, queijos e demais ingredientes de primeira, expostos aos clientes no balcão instalado logo à direita da entrada do salão. A imensa maioria dos itens — da mortadela de Bolonha ao presunto de Parma — é importada da Itália. As exceções ficam por conta do pão (produção especial da padaria Em Nome do Pão, especialmente para o Brera, e que tem assim uma textura de ciabatta) e dos itens de salada. E os frios são cortados na hora, como bem fazem as boas padocas.
Para cada uma das 20 e poucas combinações, há dois tamanhos: o padrão, digamos assim, que vêm a mesa disposto sobre uma tábua e acompanhado e de uma salada, e o míni, que é servido num pão menor, quase do tamanho do nosso francês.
Primeiro, provei o langhe, que é montado com presunto cru de Parma maturado por 18 meses, queijo brie, tomate, azeite trufado piemontês (em tempo: bem suave, cujo delicado sabor integrou-se aos demais ingredientes) e rúcula (R$ 23,90/ R$ 12,50 o míni).

Langhe: boa opção de panino
Em seguida, pedi o longobardo, composto de mortadela, qeuijo gorgonzola, tomate, anchovas e mostarda (R$ 22,90/ R$ 11,50), também saboroso.
A primeira boa surpresa, porém, tive logo que pedi uma taça de vinho para acompanhar a refeição. O syrah (R$ 14,00) havia acabado e o garçom me ofereceu o nero d’ávola, cuja taça custa R$ 19,00, pelo mesmo preço do primeiro.
Taí um exemplo que deveria ser seguido por todos os estabelecimentos.
Brera. Rua Ministro Rocha Azevedo, 1068, Jardins, tel. (11) 3895-5855.
Realmente, bom exemplo é pouco. Em tempos de garçom tentando empurrar o mais caro, já fiquei com vontade de ir no Brera só para tomar um vinho. Se der, como o panini. rs
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