Um mini-teste (involuntário) de 4 hambúrgueres paulistanos

 

Ainda que tenha sido sem nenhum planejamento prévio, acabei fazendo um minitour por alguns points especializados em hambúrguer na cidade. Aqui vão minhas breves impressões:

 

BOS BBQ

O sanduba: pedi o The Boss, feito com 180 gramas de kobe beef, queijo emmenthal, maionese temperada com bacon e cebola. Por 39 reais, vieram acompanhadas de uma pequena porção de batatas fritas. Veio com a carne no ponto certo, embora o pão tenha deixado a desejar. Para falar bem a verdade, não consegui identificar se o corte era de kobe beef mesmo, por causa da mistura e da sobreposição com outros ingredientes. Mas o lanche como um todo estava gostoso. As batatas vieram engorduradas demais.

A bebida: tomei, seguramente, o pior Negroni (24 reais) da minha vida. Desequilibrado, sobrava Campari e faltava vermute no copo.

O veredito: o ambiente, à meia-luz, é legal. Sentei-me ao balcão, gostei do rock que saia das caixas de som, mas realmente achei a bebida ruim. O hambúrguer não vale os 39 reais cobrados. Mas como é perto de casa, talvez eu dê uma segunda chance.

Rua Pedroso Alvarenga, 559, Itaim Bibi, tel. 3078-4858.

 

BUTCHER’S MARKET

O sanduba: também sentado no balcão, pedi um hambúrguer da casa (com alface, agrião, bacon e molho barbecue). Carne no ponto certo, pão ok e boa integração dos ingredientes. O amargor do agrião neutralizou, para o bem, o sal do bacon. Para acompanhar, as batatas fritas estavam muito boas, as melhores, certamente, entre as citadas neste post.

A bebida: pedi uma caneca de chope, decepcionante. O colarinho se esvaiu logo nos primeiros goles, comprometendo o sabor e a qualidade da bebida.

O veredito: já que o assunto principal aqui é hambúrguer, a casa, também a alguns quarteirões de onde moro, passou no teste. Mas não custa dar um up no chope, certo?

Rua Bandeira Paulista, 164, Itaim Bibi, tel. 2367-1048.

 

NA GARAGEM

O sanduba: vendido a 19 reais, o cheese salada leva 130 gramas de carne, cebola roxa, queijo prato e o “molho da casa”. E acho que é esse tal molho que tira uns pontos do lanche, para falar a verdade, porque tem sabor muito puxado para as ervas, com um toque levemente agridoce. A pequena porção de batata rústica (7 reais) veio oleosa demais.

A bebida: como eu iria fazer um exame no dia seguinte e não podia beber, fui de guaraná Antarctica (4 reais).

O veredito: o lanche vale pelo custo-benefício. Mas as batatas não justificam os 7 reais.

Rua Benjamin Egas, 30, Pinheiros, tel. 3097-9031.

 

RAMONA

O sanduba: o cheeseburger leva fraldinha, alface romana, ovo caipira  frito, maionese caseira, queijo minas da Serra da Canastra e tomate caqui. Batata frita de acompanhamento. Tudo por 35 reais (foto).

A bebida: tomei um vinho tinto chileno Carmen Classic merlot (18 reais a garrafinha de 187 mililitros).

O veredito: sem dúvida, um dos dois melhores hambúrgueres que degustei ultimamente, ao lado do que é servido no Underdog (leia post anterior). Carne no ponto, bons e básicos ingredientes. De quebra, dá para tomar a saideira e ouvir um som legal no subsolo.

Avenida São Luiz, 282, centro, tel. 3258-6385.

Um boteco hardcore

O que aconteceu com os velhos punks? Jão, guitarrista do Ratos de Porão, ao menos, tornou-se sócio de um bar, o Underdog, que é um baita de um bar, embora pequeno, em Pinheiros. Reproduções de cartazes de turnês do R.D.P. cobrem as paredes.

Está enganado quem pensa, porém, que Jão posa de patrão. Ao contrário, posta-se do lado de lá do balcão, serve doses dos bebes (17 reais a de uísque Jack Daniel’s) e dá uma força ao parceiro que administra a parrilla.

Da parrilla, é bom dizer, sai 100% do que há para comer: carnes bem churrasqueadas e sem frescuras, à moda argentina. Para começar, vale pedir um choripan (pão com linguiça, 9 reais). Gostei muito do skirt (entranhas bovinas, 25 reais), assado na medida certa, servido com pão francês fatiado, e também do hambúrguer, que é feito com costela (20 reais, mais 2 reais com bacon e mais 2 reais com queijo).

Pequeno, o salão comporta duas ou três mesas e mais duas banquetas, razão pela qual muita gente se acomoda nas outras poucas mesas armadas na calçada. O modus operandi do freguês é mais ou menos este: entrar, olhar os preços na parede, fazer o pedido, pegar uma cerveja (Duvel, 22 reais; Dundee e Vedette, 19 reais cada uma), deixar o nome com o garçom e dar um tempo do lado de fora.

O bônus para quem consegue um lugarzinho lá dentro é o som, cuja seleção em geral tem a mão de Jão, é claro. Na noite em que estive lá, rolou de Rush a Smiths e Nick 13.

Punk, sim. Radical, não.

Underdog. Rua João Moura, 541, Pinheiros. Abre de quinta a sábado, das 18h às 23h.