Sardinhas, entre Coimbra e o Pari

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Revirando algumas fotos aqui cá no meu velho iPhone, me demorei com uns cliques que fiz em Coimbra, em setembro passado, quando estive nessa que é uma das pérolas do centro do meu querido Portugal, para onde viajei a convite da TAP para experimentar o voo vintage que a companhia criou para celebrar os 72 anos de história e a era de ouro da aviação, no caso, os anos 1970.

Sobre o voo, o Lisboa-Galeão, foi uma verdadeira viagem no tempo: avião (um Airbus A-330 modernão, diga-se!) pintado como nos anos 1970, belas aeromoças a vestir coloridos e elegantes uniformes, e uma nècèssaire entregue aos passageiros da classe executiva de deixar as companhias e globetrotters de hoje com inveja: um vidro de lavanda e um pijama eram os mimos em destaque. Uma nostalgia só.

Por falar em inveja, os vinhos eram de matar: o alentejano Dona Maria tinto, do Júlio Bastos, e o porto Graham´s Colheita 1972, um primor.

Se essa experiência aérea é inesquecível, aquelas 48 horas em Coimbra, onde eu havia estado em 2010, também rapidamente, foram igualmente deliciosas.

Naqueles últimos dias de verão europeu o sol já se punha mais cedo, por volta das 20 horas, e a temperatura durante o dia já baixava aos civilizados 25, 26 graus nessa cidade que é famosa pela universidade e pela romanticíssima Quinta das Lágrimas – do célebre e trágico romance impossível de Dom Pedro e a dama Inês de Castro, que já atravessa sete séculos.

E onde há Universidade, há estudantes e botecos. Em Coimbra não é diferente.

Há várias tascas, que são os botecos à lusitana, como me fez lembrar o SETE, um endereço recém-aberto no centro da cidade, e que tem à frente da cozinha o chefe Dionísio Ferreira, jovem que trabalhou no Arcadas, o requintado restaurante da Quinta das Lágrimas, hoje o único hotel 5 estrelas de Coimbra.

Devidamente escoltado, primeiro por um vinho branco da região do Dão e depois por um tinto da Bairrada, regiões vinícolas muito próximas a Coimbra, eu comi um arroz de sardinha muito rico e saboroso.

O arroz veio bem caudaloso, misturado a sardinha e pimentos (como dizem lá em Portugal) e acompanhado de um genial e saboroso folhado de sardinha em conserva.

Visualmente, esse folhado faz lembrar um rolinho primavera, aquele mesmo da culinária oriental.

Em São Paulo, quando quero comer uma boa sardinha, vou à Casa Santos, no bairro do Pari. Sempre lotado no almoço, o Santos existe desde os anos 1940, e tem evidentemente sangue portuga nas veias.

Quer seja por causa do bolinho do bacalhau, pelas porções bem servidas (o filé à parmigiana pequeno satisfaz a duas pessoas) ou pela sardinha que, ali, é preparada à portuguesa, ou seja, assada na brasa, com pele, espinha e tudo mais e servida com cebola assada, pimentão e batata cozida. É só pedir um limãozinho e, pronto: você vai ser feliz.

Sete Restaurante: Rua Martins de Carvalho, 10, centro, Coimbra.

Casa Santos: Rua Conselheiro Dantas, 92, Pari.

 

 

 

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