Altes Brauhaus / Fotos: Miguel Icassatti
Em novembro passado, passei uma semana em Portugal e estiquei uns dias na Alemanha, onde vive minha irmã caçula. Era o mês de meu aniversário e fizemos uma curta mas muito gostosa viagem de duas noites pela região de Koblenz. É por isso que trago do Instagram para o blog esse #tbt para contar dessa nossa passagem pela região central do país.
A Alemanha, o leitor sabe, é um dos grandes países produtores de cerveja: são cerca de 5000 cervejarias em todo o país.
Cada bairro de cada cidade, cada aldeia têm uma cerveja para chamar de sua – muitas delas são semelhantes entre si, é bem verdade, já que os estilos predominantes são as weizenbier (de trigo) e as lager (a família das pilsen).
De qualquer forma, se quiséssemos provar um rótulo apenas, que seja, de cada uma dessas cervejarias, levaríamos cerca de 13 anos e 9 meses em degustação. Incrível!
Pois conheci mais uma delas, a Altes Brauhaus, em Koblenz, cidade localizada numa região onde são produzidos, por sua vez, alguns dos melhores vinhos brancos do mundo. Bebi vinho por lá, é claro, mas fui conhecer esta cervejaria local, que fica no centro histórico, medieval, e existe desde meados do século XIX.
Parênteses: foi só no século XIX, por exemplo, que teve início a produção de cerveja no Brasil – com a Bohemia, em Petrópolis, ano de 1853.
De lá pra cá, por mais de 150 anos, nós brasileiros acabamos por consagrar as cervejas do estilo Pilsen, que são leves e refrescantes, e produzidas pelas grandes cervejarias, mas nos últimos dez anos e, penso eu, decorrente da abertura das importações, passamos a ter novas microcervejarias e cervejarias artesanais. Segundo o Ministério da Agricultura, são mais de 500 no Brasil.
Pois a Altes Brauhaus é daqueles lugares que nos fazem voltar no tempo. Uma taberna que bem poderia ainda estar no século XIX, ou até antes, com sua decoração de paredes forradas com lambris, balcão e mesas de madeira escura, barris pelo salão e uma certa algazarra.
O centro de gravidade é justamente o balcão, onde ficam as torneiras de chope. Bebi uma caneca de uma pilsen deliciosa, amarga, da marca Konigsbacher, que é a “da casa”, e fez muito boa companhia com a porção de salsichão.
Holsten, Gilde, Jever, Paulaner (em KIel), Bitburger, Hofbrauhaus e agora a Altes Brauhaus de Koblenz. Se vou chegar nas 5000 eu não sei mas já percorri bom caminho, não?