Yukhoe, um dos pratos do Komah / Foto: divulgação Komah
Eu tenho muito carinho pelos coreanos, porque durante minha infância e adolescência no bairro do Pari, tive vários amigos nascidos na Coreia do Sul: o Luis Cha, o Hye, o Jun, a Patricia, entre muitos outros – e, salvo engano, um amigo nortecoreano, o Sung.
Desse convívio, eu lembro das lojas de confecção pela região do Brás, dos mercadinhos e de algumas coisas que aprendi a comer com eles e a gostar. Por exemplo, a sopa coreana (repleta de vegetais, ovo – que cozinhava no próprio calor da sopa e muita pimenta) e algo mais exótico, que provei uma vez no restaurante de um amigo, que foi um contra-filé temperado com mel e grelhado em uma churrasqueira portátil que era encaixada em um buraco que havia no meio da mesa.
Passaram-se muitos anos até que eu provasse alguma receita coreana novamente, e foi no Bueno, um yzakaia (ou boteco japonês), que saiu da Liberdade e foi para a Alameda Santos. Ali vale a pena provar o bibimbap, que é uma espécie de um mexidão de arroz com vegetais, carne e ovo, preparado em panela de pedra superquente.
E recentemente estive duas vezes no Komah, uma casa que foi aberta na Barra Funda em 2016 pelo cozinheiro Paulo Shin, que criou receitas coreanas clássicas com toques contemporâneos e que também faz receitas que aprendeu com a mãe.
A melhor maneira de provar essas delícias é por meio do Banquete, que é como a casa chama o menu degustação.
Por 80 reais, uma pechincha!, estão incluídos os BANCHANS (que são uns acompanhamentos e conservas) e coisas deliciosas.
A primeira delas é o YUKHOE, um bife tartare (que nós botequeiros costumamos chamar de carne de onça), feito com carne bovina congelada e gema curada no shoyu.
O KIMCHI BOKUMBAP é uma omelete cremosa servida com arroz apimentado, um prato muito gostoso.
E eu gostei muito da SAMGIOPSAL, que é a barriga de porco assada, e que vem com uma casquinha, acompanhada de uma mistura apimentada composta de gergelim, arroz e cebolinha. É para ser comida com as mãos, enrolada com folhas de dois tipos de alface, como se fosse uma trouxinha.
Por fim, o GALBI JIM, que é uma costela de boi com shoyu e gengibre.
Para beber, eu destaco as opções de cervejas, são 6, entre elas a Maniacs Pilsen, bem refrescante e levinha.
Uma vez que o Komah é pequeno – atende a 30 pessoas por vez, num salão bem casual, de frente para a cozinha aberta – este feriado pode ser uma boa alternativa a quem queira conhecer um lugar que vem fazendo sucesso e que fica fora dos roteiros boêmios tradicionais.
Komah. Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 378, Barra Funda.