O boteco mais seguro do Rio de Janeiro

Demorou um bocado, mas finalmente fui conhecer o Pavão Azul, boteco localizado na esquina as ruas Barata Ribeiro e Hilário de Gouveia, em Copacabana.

Foi uma visita rápida, é bem verdade, a meio caminho entre Ipanema e o Aeroporto Santos Dumont, quarta-feira passada.

Mas com tempo suficiente para pescar, acho eu, um tiquinho da alma do bar que — diferentemente de outros botecos da Zona Sul carioca, que costumam valer-se da fortuna de sua localização como vantagem competitiva, esquecendo-se do que realmente importa: atendimento, comida e bebida.

Percebi verdade naquelas pataniscas (uma espécie de primo pobre e disforme do bolinho de bacalhau, R$ 2,30 a unidade) e no chope, servido em copo adequado (tipo Hannover, com pezinho).

Não consegui me acomodar em uma das mesas sobre a calçada, mas o garçom deu um jeito de me arranjar uma banqueta, sobre a qual coloquei copo, petiscos e porta guardanapos, quase no meio-fio. A uns 5 metros de distância, alguns clientes tomavam cerveja e conversavam, encostados nos carros parados nas vagas a 45 graus.

A uma distância ainda menor, duas freguesas trocavam segredos, copo de cerveja na mão, pernas cruzadas e cadeiras descansando sobre o capô de um carro da polícia, também estacionado ali — a 12ª Delegacia de Polícia fica ali em frente, no que deve fazer do Pavão Azul o bar mais seguro do Rio de Janeiro.

Pavão Azul. Rua Hilário de De Gouveia, 71, Copacabana, tel. (21) 2236-2381.

O duelo das porchettas: Nova York x Itapecerica da Serra

Foi meu compadre Caio Mariano quem recomendou, de última hora, pelo what’sapp: “tenta ir no Porchetta”. Era meu penúltimo dia em Nova York e, ao ler a dica dele pensei: Caio não blefa, restam-me umas horinhas, vou fazer de tudo para ir lá.

E fui, e aproveitei para me encontrar com duas amigas ali, na porta do que eu imaginava ser um restaurante italiano. E tomei uma surpresa: até agora tenho dúvidas se o Porchetta é um restaurante (pequeno demais para isso, com assentos apenas em dois balcões internos e do lado de fora) ou um bar (não pode ser, pensando bem, já que não vi muita coisa para beber). Talvez seja uma lanchonete. O fato é que é o chamariz da casa é a receita da porchetta alla romana — na verdade o bar-restaurante-lanchonete prepara também um sanduíche de frango com acompanhamentos.

Originária da Emilia-Romagna, no centro da Itália, a porchetta é um corte que pega toda a lateral de um leitão, que por sua vez vai ao forno completamente desossado. A pele, porém, é mantida. Após muitas horas, umas cinco, pelo menos, assando a uma temperatura de 250 graus, essa capa ganhará uma deliciosa consistência de pururuca — generosamente, o Porchetta publica em seu site a receita.

Eu pedi a versão sanduba — do mesmo modo como se come nas ruas da região de Roma (12 dólares) — e a carne estava com uma textura macia, enriquecida pelo bom tempero de alecrim e outras ervas. O pão ciabata, crocante, era dos bons, menos aerados do que as ciabatas que costumamos comer nas padocas de São Paulo.

Essa surpresa novaiorquina me fez lembrar da primeira vez que provei a porchetta: foi na costelaria Rancho do Vinho, em Itapecerica da Serra. Faz uns quinze anos, eu era repórter da Playboy e havia ido até lá para experimentar a costela e conferir a adega da casa que, na ocasião, guardava uma considerável oferta de vinhos brasileiros.

Lembro-me do proprietário e chef Celso Frizon tirando lasca por lasca do interior da porchetta exposta no meio do salão desse restaurante à beira da rodovia Régis Bittencourt. A carne saia úmida, branquinha e muito bem temperada para rechear as duas bandas de pão francês.

Celso continua preparando a própria versão da porchetta alla romana, mas apenas sob encomenda e no Dr. Costela, novo nome do Rancho do Vinho. Para a receita, Celso lança mão de leitõezinhos de 7 a 8 quilos. Recheados com carne suína selecionada, ervas frescas, embutidos e outros temperos, a porchetta chegará aos 15 quilos e ficará pronta depois de 17 horas de forno. Por cada quilo, Celso cobra 65 reais.

Qual das duas é a melhor? A menos que você consiga ir a Nova York, confie em mim: sinceramente, temos aqui um empate.

Porchetta. 110 East 7th Street, Nova York, tel. 212-777-2151, http://www.porchettanyc.com

Dr. Costela. Rodovia Régis Bittencourt, quilômetro 293,5, Itapecerica da Serra (SP), tel. (11) 4147-1557, http://www.drcostela.com.br.

 

Mi Palermo querido, papá!

O zôo do Buenos Aires: centenário

O zôo do Buenos Aires: centenário

Tenho certeza absoluta: para Maria Cecília, o colo do papai é o melhor lugar do mundo. Disputam o segundo posto na preferência da minha filhota os colos do vovô Gê, da mamãe, das vovós, titias e, desde o fim de semana passado, as ruas de Palermo, o querido bairro portenho.

Em sua primeira visita a Buenos Aires, Ciça, a nenê globetrotter, parecia sentir-se em casa. Embirrou, tagarelou, disparou algumas vezes pelas calles Thames, Serrano e Honduras, pelo saguão do Aeroparque, fez amigos nos restaurantes, brincou na areia, pirou no zoológico e cantou parabéns à mamãe, aniversariante.

Este foi meu quinto encontro com Buenos Aires. Na verdade, o mais correto é dizer que foi o quarto reencontro com Palermo Viejo, e só com Palermo Viejo, já que desta vez não saí do bairro, que conheci em 2004, na minha primeira viagem à cidade, e pelo qual fiquei imediatamente arrebatado. Gosto muito de seus prédios residenciais, de suas praças, bares e restaurantes, de suas lojinhas e kioskos, de suas casas e árvores desfolhadas no inverno, das ruas largas e retíssimas.

Saímos de São Paulo, Ciça, Camila e eu, na sexta, ao meio-dia, e desembarcamos em Ezeiza por volta das 3 da tarde. A corrida a bordo do táxi oficial do aeroporto até o hotel (Aspen Square, muito bom e bem localizado) custou-nos 240 pesos (100 reais). O voo de volta, na noite de domingo, partiria do Aeroparque, a vinte minutos e 40 pesos de Palermo. Portanto, vai aqui uma dica: tente sempre pousar e decolar desse aeroporto, para ganhar tempo e economizar dinheiro.

Contra a tentação de encarar uma parrilla logo nas primeiras horas em Buenos Aires, jantamos no italiano La Baita (Thames, 1603), a 700 metros do hotel e ao qual chegamos após uma agradável caminhada. Na verdade, Ciça pareceu ter se empolgado mais com o restaurante do que eu, já que resolveu circular por entre as mesas e explorar o restaurante, antes de voltar para meu colo e se deliciar com as galhetas, grissinis e pãezinhos do couvert. O ambiente é aconchegante, a carta de vinhos tem umas três dezenas de rótulos a preços razoáveis (tomei um Clos de los Siete por um valor equivalente a uns 70 reais), mas o cardápio decepcionou-me. Pedi uma milanesa com batatas e anchovas, que pesou mais do que o esperado no estômago.

No fim da manhã de sábado, seguimos direto para o Zoológico, a três quarteirões de distância. O zôo de Buenos Aires (35 pesos a entrada) não é grande, mas rende uma boa diversão. Muitas das jaulas, viveiros e áreas reservadas aos animais estão ali desde a fundação, em 1888. Maria Cecília empolgou-se com o elefante, o camelo, o filhote de hipopótamo, os rinocerontes e as lhamas.

Dali, caminhamos meio sem destino pelas transversais e paralelas à larga e bela Avenida Libertador e chegamos ao Voulez Bar, que fica numa esquina do bulevar Cerviño. Nesse bar, nem o colo do papai nem o da mamãe tiveram vez. Ciça deu um pequeno show, chiou, fez manha e só se acalmou quando lhe demos uns calmantes, digo, biscotinhos de polvilho. Quero voltar lá para comer um dos bonitos e enormes sanduíches, ou mesmo repetir a dose com o filé de frango acompanhado de purê de abóbora.

Na dúvida entre esticar para o Malba ou voltar ao hotel para fazer uma parada estratégica e acalmar a pequena, seguimos pelo bulevar Cerviño até que, poucos passos adiante, Ciça dormiu. Pudemos, assim, fazer uma paradinha em um café ao lado do parquinho infantil vizinho ao Jardim Botânico.

Ciça e seu amigo Santiago: a integração latinoameriacana é possível

Ciça e seu amigo Santiago: a integração latinoameriacana é possível

Ao fim do café, Ciça acordou, com toda a energia do mundo. Não poderíamos estar em um lugar melhor, ao lado do parquinho. Em meio à criançada, ela deu uns passos hesitantes, segurando em minha mão, até que a soltou e se entregou ao tanque de areia, onde fez amizade com dois garotinhos portenhos, os xarás de nome Santiago. No único momento de tensão dessa etapa do passeio, ela tirou o rastelinho da mão de Santiago I, que por sua vez abraçou o baldinho: — Noooo, Ciçaaaaa!

Já de volta ao hotel, fralda trocada, deixamos mamãe aniversariante descansar e andamos alguns quarteirões até a Calle Honduras, para comprar seu presente. Estava anoitecendo, muita gente nas ruas, e àquela hora Palermo ganha uma luminosidade toda especial, graças ao embate entre o sol a se pôr e a iluminação pública.

Ciça e o blogueiro, num tranquilo passeio no fim de tarde palermitano

Ciça e o blogueiro, num tranquilo passeio no fim de tarde palermitano

No jantar de sábado, finalmente fomos a uma parrilla, no caso La Retirada. Típica casa de carnes argentinas, cujos cortes são assados em forno de barro. Dividimos um ojo de bife ao ponto, que na verdade veio passado além da conta, considerado o padrão argentino. Ainda assim, estava saboroso. E Ciça, sonhando com os anjinhos.

Acordamos tarde no domingão — tarde, é bom dizer, significa 8h30 da matina, já que Ciça desperta entre 6h30 e 7h —, em tempo de pegar o bom e farto café da manhã do hotel. Assim, fizemos o check-out sem pressa. Deixamos as malas guardadas ali e tomamos a rua em direção ao La Cabrera, o meu restaurante predileto por lá.

O salão do La Cabrera: um dos prediletos dos brasileiros, entre os quais este blogueiro

O salão do La Cabrera: um dos prediletos dos brasileiros, entre os quais este blogueiro

Arrisco dizer que essa parrilla é quase uma embaixada brasileira, assim como o La Brigada, em Santelmo, e o Cabaña Las Lillas, no Puerto Madero. Pela relação entre custo e benefício, eu fico com ela e com cortes como o asado de centro (asado de tira/ costela), o bife de chorizo, o fantástico ojo de bife e as empanaditas fritas. E também por causa do serviço: durante a espera de quase uma hora, na calçada, serviram-nos de um drinque aperitivo e chouriço (linguiça). Já no salão, fomos atendido pelo garçom Chiche que, ao saber que era aniversário de minha Camila, ofereceu-nos duas taças de espumante e um pudim de leite, sobre o qual colocou uma vela para cantarmos parabéns. Ciça, no colo da mamãe, provou um doce pela primeira vez em sua vida, justamente, duas ou três colheradas do pudim de aniversário.

Maria Cecília, uma vez adocicada, ficou ligadona, feliz da vida. E não se deu conta de que o melhor lugar do mundo não é o colo do papai, nem Palermo, nem Buenos Aires. Mas, sim, todo e qualquer lugar em que o papai e a mamãe puderem estar ao seu lado.

 

 

No meio do caminho tinha três botecos

Bar da Lôra: o melhor do Mercado Central de BH

Bar da Lôra: o melhor do Mercado Central de BH

Este texto está sendo escrito e publicado com 26 dias de atraso, mas em se tratando de botecos belorizontinos, é sempre tempo de correr atrás do tempo perdido.

Minha visita mais recente a Belo Horizonte ocorreu no dia 26 de junho, quando fui acompanhar a semi-final da Copa das Confederações, a da vitória do Brasil sobre o Uruguai.

Pois bem. Uma vez que meu voo havia chegado por volta das 10 da manhã em BH, não consegui fazer o check-in no hotel antes do meio-dia. Aproveitei as duas horinhas livres daquela manhã ensolarada e segui para o Bar da Lôra, no Mercado Central, um dos meus botecos prediletos na cidade.

Ex-campeão do festival Comida di Buteco e quinto colocado na edição deste ano, o bar já estava cheio àquela hora. Motivos, na verdade, não faltam para que a freguesia cerque o pequeno balcão a que se resume o estabelecimento instalado numa esquina do mercado. O mais novo deles, ao menos para um forasteiro como eu, é o versão da lôra, tira-gosto que a casa inscreveu no festival. Compõe-se de linguiça, angu (polenta, para os paulistanos), carne de panela, jiló em conserva, mandioca cozida e um molho de linguiça que poderia muito ser oferecido sozinho, como um caldinho servido em copo americano rodeado por fatias de pão francês. Espetacular e com sustança suficiente para segurar a onda depois de uma megadose de cachaça Vale Verde e alguns copos de Original.

Durante o jogo, encontrei-me com Eduardo Maya, que vem a ser o melhor cicerone da cidade de BH. Não bastasse sua generosidade em receber a todos, foi ele quem criou, justamente, o Comida di Buteco. Uma vez mais ele surpreendeu, e desta vez não só a mim, mas também aos colegas paulistanos com que fui ao Mineirão — que, aliás, está mais lindo do que antes.

Bar do Véio: linguiça de arroz carreteiro, a invenção do ano

Bar do Véio: linguiça de arroz carreteiro, a invenção do ano

Seguimos, então, para o Bar do Véio, que fica escondido ali no bairro Caiçara, em um rápido desvio no meio do caminho entre a Pampulha (onde fica o Mineirão) e a região central. Ali tive a chance de degustar o que para mim, até o momento, é a invenção do ano: uma linguiça recheada de arroz carreteiro, que corresponde a 50% da porção tropa mineira. Os outros 50% são preenchidos com croquetes de mandioca deliciosos. A foto acima mostra bem o que é a linguiça de arroz carreteiro. É ou não é a invenção do ano?

Dali seguimos para o João da Carne, o terceiro e último botecaço do dia. Terceiro e último, convém dizer, porque o grau etílico da caravana paulistana foi vencido pela cerveja e pela soberba maciez da picanha servida pelo seu João, que atende ao público em companhia dos filhos.

João da Carne: orgulho do Carlos Prates / Fotos: divulgação Comida di Buteco
João da Carne: orgulho do Carlos Prates / Fotos: divulgação Comida di Buteco

Também contribuiu para que decidíssemos encerrar a noitada ali, a porção sonho de valsa, que reúne linguiça de carne de sol, linguiça de pernil, mandioca cozida no açafrão com creme de cebola, geleia e pimenta biquinho.

Em Beagá é assim. Sempre tem um boteco, ou dois, ou três, no meio do caminho.

Bar da Lora. Avenida Augusto de Lima, 744 loja 115, Mercado Central (saída Rua Santa Catarina), tel. (31) 3274-9409.

Bar do Véio. Rua Itaguaí, 406, Caiçara, tel. (31) 3415-8455.

João da Carne. Rua Sabinópolis, 172, Carlos Prates, tel. (31) 3462-4899.

Mistura confusa

Foto: Xando Pereira

Foto: Xando Pereira

Se ousasse definir Itapuã, eu diria que esse bairro onde fica a famosa praia estão mais para Lauro de Freitas, Arembepe, Itacimirim e Praia do Forte do que propriamente para Salvador. Parte integrante da orla norte da capital baiana, Itapuã fica a cerca de 30 quilômetros da região mais central e turística da cidade, composta pelo emaranhado de bairros formado por Barra, Ondina, Rio Vermelho, Pituba, Nazaré, Campo Grande e Pelourinho. Para quem quer distância do fervor soteropolitano e busca pedaços de areia mais sossegados, sol e coco fresco, Itapuã é o que há.

Condomínios residenciais e pousadas escoltam o farol, à esquerda e à direita, tendo o mar verde azulado e bravo à frente, em trechos com pedras que formam piscinas naturais e curtas faixas de areia divididas por poucos banhistas e surfistas locais – bem, ao menos foi o que vi no fim de semana passado.
Para minha sorte, é por ali que fica o restaurante Mistura, especializado em peixes e frutos do mar, que eu queria conhecer havia tempos. Para falar a verdade, a visita não empolgou.
Para fugir do lugar comum das moquecas, pedimos, eu e minha mulher, o robaleto com legumes (R$ 54,00) e o penne ao molho cremoso de camarão (R$ 49,00).
O cardápio descreve que no molho da massa entra queijo grana padano. Se entra mesmo, deve ser tão pouquinho que não percebi. Ao menos o ponto de cozimento do penne e do camarão estava bom, correto.
Já o robaleto mostrou-se absolutamente insosso. O sabor sumiu em meio ao do tomate concassê e o leve amargor dos aspargos que acompanham o pescado.
Para beber, pedimos uma garrafa do chileno Terranoble Sauvignon Blanc 2011 (R$ 68,00) e água mineral – confesso que fiquei surpreso quando veio à mesa uma garrafa da água italiana Panna, por caros R$ 13,00.
E fiquei incomodado com o atendimento. O garçom demorou ao menos 10 minutos para terminar de nos atender, porque começava a tomar nota de uma coisa, parava para atender a mesa ao lado, voltava a falar conosco e interrompia novamente o serviço.
Espero que na próxima vez que voltar à casa a experiência seja melhor.
Mistura.Rua Professor Souza Brito, 41, Itapuã, Salvador, tel. (71) 3375-2623, http://www.restaurantemistura.com.br.

Um peruano em Brasília

taypa-ligia-skowronski

Foto: Ligia Skowronski

 

Em viagem a Brasília no fim de semana passado para a cobertura da estreia da seleção brasileira na Copa das Confederações, jantei no sábado na companhia de amigos no peruano Taypá.

Meus amigos alertaram-me que a casa é um sucesso na capital do país, razão pela qual tivemos de chegar às 20 horas ao restaurante. Nós não havíamos feito reserva.

De fato, a casa lotou logo depois que chegamos, mérito do chef Marco Espinoza, peruano que comanda também o Lima Gastrô Bar, no Rio de Janeiro, e de seu auxiliar, o compatriota Giancarlo Arakaki.

Eles propõem mudanças no cardápio a cada seis meses e, entre as novidades, está a adoção de pratos da cozinha nikkei, que funde as gastronomias andina e japonesa.

Eleito o melhor restaurante da cidade pelos jurados da edição “Veja Brasília – Comer & Beber 2013/2014”, o Taypá apresentou altos e baixos na minha visita.

A noite começou muito bem. Éramos cinco à mesa e pedimos, de entrada, o ceviche taypá (R$ 52,00), uma série de três tipos diferentes dessa especialidade, à escolha do cliente. Optamos pelos de atum com leche de tigre (caldo de peixe com alho, gengibre e limão), criollo (peixe branco e polvo com crème de coentro) e o clássico, apenas de peixe.

Para acompanhar, pedimos uma garrafa do Leyda Sauvignon Blanc (R$ 65,00, talvez um pouco menos, se não me engano). Uma delícia.<

Quando partimos para os pratos principais, fiquei um tanto decepcionado com minha pedida, o cerdo glaseado en soya (barriga de porco ao shoyu com aroma de especiarias, acompanhada de arroz salteado oriental, R$ 48,00). Embora o ponto de cozimento estivesse bom — a carne fica cinco horas na panela —, o sabor do shoyu dominou o prato e roubou o sabor da carne. Um lamentável desequilíbrio.

Em compensação, fechamos bem a noite com um malbec ao qual sempre reputo boa relação entre preço e qualidade, o argentino Alto las Hormigas.

Taypá. SHIS QI 17, conjunto F, loja 208, Fashion Park, Lago Sul, (61) 3248-0403 e 3364-0403. http://www.taypa.com.br.

Bowie, Berlim e KaDeWe

Detalhe do piso gourmet da KaDeWe / Foto: Miguel Icassatti

 

Este 8 de janeiro que já está quase acabando em um provável dilúvio aqui em São Paulo  marca o aniversário de pessoas queridas, entre elas David Bowie (espero que a chuva não faça faltar energia elétrica em casa, para que eu possa ouvir Space Oddity na minha vitrolinha Bel Air 1973 daqui a pouco).

Pois eis que no dia de hoje Bowie divulga um novo single, Where are you now?, coisa que não fazia há muito tempo (veja o clipe no link http://www.youtube.com/watch?v=FOyDTy9DtHQ&feature=share).

Na canção e no vídeo ele cita Berlim, em endereços como a Potsdamer Platz e a KaDeWe, sobre a qual escrevi neste mesmo blog em 2008.

Como bateu uma nostalgia danada de Berlim, reproduzo aqui trechos daquele velho post escrito durante minhas férias, diretamente da Alemanha, em versão editada. Acho que ainda está valendo:

“Pois estive em Berlim pela terceira vez, durante quatro dias na semana passada (perdão, mas as postagens não estão acompanhando devidamente o ritmo da viagem. Estou de férias, compreendem?). Das cidades que conheço, Berlim é a que mais me tocou. Conheci Berlim em 2003, na mesma viagem em que descobri Paris e Londres. É claro que me encantei por esses dois destinos, mas Berlim, em duas noites, me pegou de jeito, justamente porque eu não esperava encontrar toda aquela energia.

Voltei em 2006, durante a Copa do Mundo, quando percorri a Alemanha de sul a norte a bordo de um motorhome, com meus amigos de faculdade Alexandre Scaglia e Beto Gomes. Viagem inesquecível, em que assistimos a estreia do Brasil, comemorada num boteco ao lado do Estádio Olímpico no meio de um exército de croatas bêbados. Num exemplo de fair play, trocamos camisetas, contamos como se pronuncia alguns palavrões nos respectivos idiomas e tomamos muita, mas muita cerveja.

Desta vez (nota de 2013: em 2008) fiquei hospedado no bairro de Kreuzberg, que é repleto de bares. Nas margens do rio Spree e de seus canais (aliás, pouco se fala da belez que é a Berlim cortada por canais) há alguns deles, assim como em vias importantes como a Oranienstrasse. Um bar ao lado do outro, um restaurante italiano colado num asiático e assim por diante.

É diferente de Prenzlauerberg, bairro que fica na área correspondente à da antiga Berlim oriental, e que vem sendo restaurado a uma velocidade incrível. Velhos prédios tornam-se apartamentos de luxo e pontos comerciais deteriorados dão lugar a cafés e bares charmosíssimos que, aos domingos, ficam lotados de gente já pela manhã, para o brunch.

Nos quatro dias em que passei por Berlim, perdi a conta dos bares em que parei para uma cerveja ou mesmo um vinho. Em meio a eles, aproveitei para rever a KaDeWe, uma megaloja de departamentos que fica na regiao da Ku’Damm, uma das vias mais movimentadas da cidade.

Antes que o leitor pense que vai ler dicas de descontos e liquidações de grifes, convém avisar que a missão do blogueiro ali era a de subir diretamente ao sexto andar, o piso gourmet.

Chamar aquilo ali de Piso gourmet é questão de modéstia. Melhor propor o seguinte: imagine o Mercado Central de São Paulo, com seus boxes de frutas, frios, peixes. Pense agora que as dasluzetes passaram por lá e fizeram uma megafaxina, deram um banho de esguicho e de loja nos donos e nos funcionários dos boxes.

É mais ou menos essa a impressão que se tem do sexto andar da KaDeWe. Há córneres com vinhos à venda (juro que vi uma garrafa do brasileiro Miolo Lote 43 não muito longe de um Chateau Pétrus), três ou quatro boxes de frios e salsichas de todos os tipos, prateleiras e mais prateleiras de cervejas, acougue, peixaria, produtos como caviar, especiarias e bares, claro.

Um deles é um champanhe bar da Moët Chandon. Há tambem um sushi bar, tentei parar no vizinho, um oyster bar (especializado em ostras) mas não havia uma banqueta vazia; passei rapidamente por um bar especializado, acreditem, em lagosta; e parei para tirar uma foto diante do bar do famoso chef, que virou marca, Paul Bocuse.

Como um bom mercadão, uma multidão circulava pelos corredores e por esses bares. Faltava pouco menos de meia hora para a loja fechar e, em vez de ter de beber algo correndo, parei na seção de bebidas para viagem, comprei uma garrafinha de espumante, abri ali mesmo e desci as escadas rolantes tomando uns goles. Ao meu lado desciam esguias alemãs carregando sacolas Dolce & Gabbana, Gucci, Prada…”

KaDeWe. Tauetzienstrasse, 21. Tel. (00XX49) 302189851, www.kadewe-berlin.de

Os bares de Neruda

Dos cafés de Paris às brasseries da Borgonha e de Key West à África, o bar do escritor Ernest Hemingway era La Bodeguita del Medio, em Havana — que visitei em 2003 —, onde entornava baldes do melhor mojito do mundo. Ok, podia ser também El Floridita, na mesma Havana Vieja.

Fernando Pessoa, imortalizado em uma estátua em pleno Largo Camões, no bairro do Chiado, em Lisboa, era habituê do Café A Brasileira.

Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes e todo o Clube da Esquina foram a todos os bares possíveis do ainda hoje boêmio bairro de Santa Teresa.

Tarso de Castro e seus amigos varavam noites no Antonio’s, em fins dos anos 60, no Leblon. Estivessem em São Paulo, eram facilmente encontrados no bar da churrascaria Rodeio, nos Jardins.

Pode até ser que Pablo Neruda, o grande poeta chileno, tivesse predileção por um ou outro bar ou café, fosse em Santiago, Valparaíso, Paris ou qualquer lugar do mundo. Mas por nenhum desses lugares, tenho certeza, ele dedicou tanto amor quanto aos bares que construiu em suas três casas: La Chascona, em Santiago; La Sebastiana, em Valparaíso; e Isla Negra em El Quisco.

Dessas três, já tive a sorte de conhecer as duas primeiras.

Neruda se dizia também um construtor e de fato o era, afinal, recolhia ou comprava todo tipo de peça, de taças de cristal a sofás, de maçanetas a mapas confeccionados no século XVII. Tudo para decorar suas casas e os bares nelas instalados. O bar de La Chascona, que conheci em 2009, parece uma gruta, graças às paredes de ferro. Na decoração chamam a atenção os sapatos gigantes e as fotos antigas expostas num grande leque de madeira preso à parede atrás do balcão.

Bar de La Chascon: a casa de Neruda em Santiago / Foto: reprodução

Do bar de La Sebastiana, em Valparaíso, Neruda talvez não pudesse ver o mar por causa dos objetos e paredes que separava esse ambiente das janelas da sala, se não me enhgano no terceiro dos cinco pisos da casa. Voltei de lá cerca há menos de um mês e as cores e os excessos daquele delicioso cantinho da casa não me saem da cabeça. Ali, cercado por garrafas, copas e outras tantas tranqueiras, Neruda costumava se fantasiar e se vestir de barman para servir aos seus amigos — era grande anfitrião. Dizem que preparava um drinque com vermute, mas sabe-se também que gostava bastante de uísque e de vinho. Quantos de seus poemas não tiveram inspiração ali?

O bar de La Sebastiana, em Valparaíso / Foto: reprodução

Espero conhecer Isla Negra em breve e, assim, fechar a minha trilogia nerudiana.

Família feliz em Valparaíso e Viña del Mar

De manhã, a caminho de La Sebastiana, Cerro Bellavista / Foto: Miguel Icassatti

Muitos dos turistas que vão ao Chile costumam visitar Valparaíso no esquema bate-e-volta a partir de Santiago, combinando Viña del Mar no roteiro. Honestamente, concordo com o viajante profissional Ricardo Freire, que aconselha que se passe ao menos uma noite em Valparaíso. Uma manhã ou uma tarde não são suficientes para capturar a graça dessa cidade portuária que até a construção do Canal do Panamá era a última parada das embarcações que seguiam do Pacífico ao Atlântico via Estreito de Magalhães.

Alguns amigos fizeram esse esquema vapt-vupt e não a curtiram. A eles, digo: deem uma segunda chance a Valparaíso, mas passem ao menos uma noite por lá. Isso fará toda a diferença para explorar não apenas os prédios históricos, os quais, aliás, foram declarados Patrimônio Cultural da Humanidade em 2003. Na parte baixa e plana é confusa e suja como muitas cidades portuárias sulamericanas — confesso que ainda consigo achar alguma poesia em cenários caóticos como esse.

Pelo Expedia, reservei duas noites no charmosíssimo RC Art Deco Hotel. Esse hotel de design tem apenas dez quartos, um salão de café da manhã no terceiro e último andar, com vista panorâmica para o porto e o casario. Além disso, fica a apenas 300 metros de distância de La Sebastiana, uma das malucas e mágicas casas do poeta Pablo Neruda, que foram convertidas em museus. Está, portanto, em Cerro Bellavista, um dos 42 morros que dominam a paisagem de Valparaíso.

Panorama do porto de Valparaíso a partir de La Sebastiana / Foto: Miguel Icassatti

Nos cerros, com suas casinhas coladas umas nas outras, coloridas, é que a alma de Valparaíso se revela. Você tira um cochilo no quarto do hotel à tarde, com vista para o Oceano Pacífico, e de repente é despertado pelos gritos e risadas da criançada correndo e brincando na rua, ou melhor, na ladeira. Enquanto está despertando, vê o sol se pondo ao mesmo tempo em que as luzinhas das casas vão se acendendo.

Se Cerro Bellavista tem La Sebastiana, Cerro Alegre é dos bares e restaurantes — se bem que ao pé do Cerro Bellavista, a pracinha que dá acesso às pirambeiras Yerbas Buenas, General Mackenna e Ecuador tem um clima muito parecido com o do Baixo Augusta, com direito a punks chilenos a perambular pela rua. No Cerro Alegre, em busca de um lugar para jantar, subi e desci as ruas, empurrando o carrinho da bebê, até parar no Pasta e Vino, talvez o restaurante mais badalado da cidade. Pela cara blasé que o maître fez ao nos receber sem que tivéssemos feito reserva, é bom não dar sopa para o azar. Na cozinha  separada do salão por uma estante vazada repleta de garrafas de vinho, são cozidas massas al dente, com alguns molhos um tanto carregados no creme de leite. Ainda assim, valeu a visita, sobretudo porque Ciça dormiu durante todo o jantar, hehehe, e pelo vinho, o Flaherty 2010, feito com as uvas shiraz, cabernet sauvignon e tempranillo no Vale do Aconcágua pela vínicola de butique criada pelo americano Ed Flaherty, que já foi enólogo da Errazuriz e da Viña Tarapacá. Acho que não há importação desse vinho para o Brasil.

Tem certeza que o Oceano é Pacífico?/ Foto: Miguel Icassatti

Para não dizer que não falei de Viña del Mar, cuja orla é uma espécie de espelho ampliado de Pitangueiras, no Guarujá, caminhamos uma tarde à beira-mar, colocamos os pés nas águas geladas do Oceano Pacífico e paramos para um almoço em Caleta Portales. Esse é, na verdade, o nome de um dos cinco ou seis restaurantes montados lado a lado num calçadão à beira-mar e ao lado de um mercado de peixes no meio do caminho entre Viña e Valparaíso. A falta de conforto do lugar — e, confesso, o susto que tomei ao ver a placa acima na escadaria de acesso à passarela que leva à estação do metrô — foram compensados pelo frescor da reineta, dos camarones al ajillo e do côngrio que Camila e eu pedimos. Receitas simples, a la plancha ou preparadas na grelha, e sem molhos e excessos.

Maria Cecília, princesa que é, tirou uma boa sonequinha enquanto seus pais puderam almoçar com calma. Mas despertou em tempo de colocar os pezinhos de pão na água gelada e azul do Oceano Pacífico.

Família feliz em Santiago

Parque Bicentenario, em Vitacura, Santiago; ao fundo a Torre Costanera Norte / Foto: Camila Antunes Icassatti

Uma fila de carrinhos de bebê toma conta do acesso ao elevador da estação de metrô. Babás e vovós passeiam de mãos dadas com seus pimpolhos pelas ruas. Três casais amassam maçãs e bananas e servem papinha a seus filhotes enquanto tomam o café da manhã no hotel. No restaurante, para qualquer lado que se olhe, veem-se recém-nascidos no colo de um adulto.

Pode ser que o olhar de um neopai, como é o meu caso, esteja viciado nesse universo de carrinhos, bebês-confortos, fraldas e pomadas. Mas acabo de voltar de Valparaíso e de Santiago — na verdade, “acabamos” de voltar de lá Camila, eu e minha pequena Maria Cecília, que aos 5 meses de vida cumpriu suas primeiras horas de voo numa boa —com a convicção de que esse pedaço do Chile está se tornando um destino para viagens em família. Ou que está vivendo um baby boom, graças, quem sabe, ao 44o. posto que ocupa no ranking de Desenvolvimento Humano da ONU, o que o coloca entre o de melhor qualidade de vida na América Latina e Caribe.

Não foi assim tão por acaso que escolhi o Chile como destino dessa viagem de curtas férias, que seria a de estreia de Maria Cecília e o farewell da licença maternidade de Camila. Embora a pediatra não tivesse se oposto à nossa ideia original, de visitar minha irmã na Alemanha, resolvemos lançar mão de (alg)uma dose de prudência e concordamos que 4 horas de voo seria o limite para nossa filhota que, afinal, ainda está amamentando. Sair do país já seria uma aventura e tanto. Além disso, já conhecíamos Santiago e havíamos gostado da cidade (aqui neste post de 2009, o primeiro de três, eu descrevo um pouco daquela viagem), que é plana e organizada.

É claro que, desta vez, a viagem foi mais light, isto é, não fizemos mil coisas por dia. Taí a um primeiro conselho: programe apenas uma atividade por dia. O que vier a mais é lucro.  Bebês de cinco meses — como a minha Maria Cecília — podem ser bons companheiros de viagem mas dormem, acordam, choram, fazem número 1 e número 2 várias vezes ao dia e se cansam.

E essa é a deixa para o conselho número 2: se você está acostumado a economizar na hospedagem, agora que viaja com um bebê trate de desembolsar uma grana a mais para um hotel que seja bem localizado, e que tenha uma boa infra-estrutura, com academia, restaurante, sauna e piscina, por exemplo. Ah, e que tenha um bom banheiro no quarto.

Desta vez nossa base foi a região de Las Condes, a área mais moderna de Santiago. Suas ruas de calçadas largas e uniformes concentram bons hotéis, restaurantes, belos casarões, prédios residenciais e muitos arranha-céus comerciais. Está sendo erguido ali o Gran Torre Costanera (foto), com 300 metros de altura e 64 andares, que será o mais alto da América Latina — não por acaso os locais se referem ao pedaço como “Sanhattan”.

Nosso hotel, o quatro estrelas Plaza El Bosque Park, estava a um quarteirão da Avenida Isidora Goyenechea, onde estão lado a lado restaurantes como o Piola, o Bariloche (onde comi, no primeiro dia, um bom ceviche e um razoável asado de tira), o Nolita e o Miguel Torres, que funciona também como enoteca. Miguel Torres, aliás, é uma vinícola espanhola e uma das pioneiras a produzir bons vinhos no Chile. A comida, para minha frustração, não estava à altura dos vinhos — comi, provavelmente, a pior rabada da minha vida.

A cerca de 15 minutos dali, em Vitacura, fica o Parque Bicentenário, também conhecido como Parque de las Américas. É um espaço espremido entre uma encosta do Cerro San Cristobal e as vias que margeiam o rio Mapocho, com gramados bem cuidados, pouca sombra, mas que nos fins de semana coloca à disposição dos visitantes espreguiçadeiras e guarda-sóis.

Madame Ciça e seu motorista-blogueiro no Parque Bicentenario / Foto: Camila Antunes Icassatti

Outra área verde bacaninha é o Jardim das Esculturas, em Providência, bairro um pouco mais central, também repleto de bares, escritórios e restaurantes. Em 2009, hospedei-me nesse bairro. Pequeno, à beira do rio Mapocho, não vai tomar mais do que uma hora de seu passeio. Fizemos uma pausa na livraria instalada no local, antes de seguirmos para o almoço, que foi no simpaticíssimo El Jardín de Epicuro, na rua Orrego Luco. Nessa arborizada ruazinha há cinco ou seis restaurantes cujos terraços parecem se confundir. Tomei ali o primeiro pisco sour da viagem e comi um delicioso côngrio grelhado.

De volta a Las Condes, três endereços são imperdíveis: 1. a Praça Peru, que tem um parquinho para a criançada passar uma boa hora gastando energia; 2. em frente, no térreo do hotel W, fica a autoexplicativa El Mundo del Vino, megaloja especializada em rótulos chilenos mas que também vende vinhos produzidos em outros países. Há uma filial no shopping Parque Arauco mas esta daqui é muito maior — e mais legal; e 3. o restaurante Happening, especializado em carnes. É uma filial de uma casa argentina, que até faz lembrar o Rubaiyat.

Nesses quatro dias em Santiago, ainda consegui rever o Pátio Bellavista, um centro gastronômico que abriga também umas lojinhas boas para comprar suvenir, cercado por universidades, bares e restaurantes instalados em casas antigas. Mas frustrei-me por não ter podido voltar ao Ligúria, que está em reforma.

No próximo post vou contar sobre Valparaíso, ok?