Acrópoles, o grego que nunca vai sair de moda no Bom Retiro

Salão do Acrópoles: um clássico / Foto: Miguel Icassatti

Salão do Acrópoles: um clássico / Foto: Miguel Icassatti

Nestes dias de temperaturas saarianas, as molduras com fotos de Mykonos, Santorini e outras ilhas rodeadas pelo Mediterrâneo, expostas nas paredes do restaurante Acrópoles, o grego do Bom Retiro, chegam a ser um alento, quando não uma miragem.

Com seu salão de clássica simplicidade, em meio às vitrines das lojas de confecção boas, antenadas e algo baratas da Rua da Graça e adjacências, o Acrópoles nunca vai sair de moda.

Maîtres e hostesses metidinhos por aí deveriam ter aulas de boas maneiras com Thrassyvoulos Georgios Petrakis, o Seu Trasso, para aprender como bem atender a freguesia. Aos 96 anos e munido de um largo sorriso, o dono do Acrópoles recebe um a um os visitantes e os acomoda à mesa. Chega o couvert, ele derrama um belo fio de azeite no prato à frente do cliente, para que seja passado no miolo de um gostoso pão com gergelim, e volta à porta do restaurante, à espera do próximo.

Embora o cardápio esteja listado na parede, é difícil escapar da mussaká (uma espécie de torta de berinjela, carne moída e batata, R$ 32,00) e do carneiro assado ao forno (R$ 36,00), precedidos da saladinha caipira (folhas, tomate, azeitona, R$ 22,00 a meia porção).

Em geral os pratos ficam expostos na cozinha, instalada no fundo do salão. O cliente escolhe o que quer comer, o item vai ao forno e é levado à mesa. Quem já está decidido pode ser poupado da difícil tarefa e começar os trabalhos com uma garrafa de cerveja (Serramalte, R$ 9,00).

Na hora da sobremesa, a torta de maçã é de uma delicadeza surpreendente — se você tiver a sorte de ter ao lado uma boa companhia, peça uma colher extra.

Para começar a digestão e fazer por tabela um programa dos mais paulistanos, caminhe 10 minutos até a Estação da Luz, onde está o Museu da Língua Portuguesa, ou à Pinacoteca, em frente, pela José Paulino. Mas vá pela sombra.

Acrópoles. Rua da Graça, 364, Bom Retiro, tel. (1) 3223-4386, http://www.restauranteacropoles.com.br

 

Confesso que errei

Perdão, raros e caros leitores, mas diferentemente do que escrevi no post abaixo, o Bar do Giba não foi aclamado com base no voto dos internautas. Foi, sim, escolhido pelo time de críticos da revista Veja São Paulo. O que quer dizer que, além da opinião de seu público, Vejinha mantém o prestigioso voto de sua equipe especializada.

É carnaval na Pompeia

 

Bloco Passaram a Mão na Pompeia – desfile 2011/ Fotos: Vânia Mendonça/divulgação

 

Não sei quanto a você, mas na tarde deste sábado (4), faça chuva (quase certeza) ou sol (certeza), meu destino será a Rua Cotoxó e adjacências.

É que pelo terceiro ano seguido vou me juntar ao bloco carnavalesco Passaram a Mão na Pompeia, o mais família e low-profile da Zona Oeste paulistana. 

Neste sexto ano de desfile, o bloco vai se concentrar a partir do meio dia em frente ao bar Santa Zoé e sair em desfile pelas ruas pompeanas. (Cá entre nós, é uma boa chegar lá pelas 3 da tarde).

O trajeto inclui as ruas Ministro Ferreira Alves, Caraíbas e Desembargador do Vale, e paradas estratégicas nos bares Valge Lanches, Desembargador e no Centro Cultural Pompeia.

Este ano, os cerca de 800 foliões esperados vão entoar marchinhas e paródias que homenageiam Sócrates e Wilza Carla.

Vamos nessa?

Bloco Passaram a Mão na Pompeia. Concentração: Santa Zoé (Rua Cotoxó, 522, Pompeia). Sábado, 4 de fevereiro, meio-dia.

 

Aberta a temporada de liquidação de vinhos nas importadoras

Como tem sido a regra nos últimos anos, algumas importadoras estão aproveitando o mês de janeiro para fazer liquidações de seu estoque de vinhos. Se você não entregou todo seu dinheiro para o Papai Noel, vale a pena aproveitar o momento, já que há descontos de até 70% sobre o preço de catálogo.

É importante, no entanto, ficar atento a alguns pontos e restrições na hora da compra:

  • em geral, não é possível trocar ou devolver garrafas, mesmo que o vinho esteja oxidado – afinal, trata-se de um bota-fora.
  • pense duas vezes antes de comprar um vinho branco menos complexo, de safras mais antigas. O líquido já pode estar deteriorado.
  • evite garrafas que estejam com a cápsula (invólucro da rolha) deteriorada.
  • alguns vinhos têm estoque limitado. por isso, quanto mais cedo você sair às compras, mais chance tem de encontrar boas pechinchas.

Confira, a seguir, a lista de importadoras e as informações sobre as liquidações:

Zind-Humbrecht, importado pela Expand / Foto: divulgação

Tanto no site como nas loja, a liquidação vai até 15 de fevereiro. Entre os 60 rótulos com desconto entre 20% e 70% estão o tinto chileno Palo Alto Reserva Cabernet Sauvignon 2009 (de R$ 34,80 por R$ 24,36) e o branco francês Zind-Humbrecht Gewurstraminer Wintzenheim 2005 (de R$ 175,00 por R$ 122,50), produzido na Alsácia.

Até o dia 22 de janeiro, os vinhos portugueses e espanhóis estão com uma cotação promocional de R$ 1,59 – vale lembrar que o catálogo da Mistral apresenta os preços em dólar. A manzanilla Classica Hidalgo, por exemplo, sai a R$ 40,54. Já a garrafa magnum (com 1,5 litro) do ícone Vega-Sicilia Unico Gran Reserva 1995 custa R$ 3.410,55. Para os rótulos produzidos nos demais países, o dólar vale R$ 1,79 (por tempo indeterminado).

Dog Point Sauvignon Blanc, importado pela Vinissimo/ Foto: divulgação

Durante o mês de janeiro ou enquanto durarem os estoques, são 48 rótulos de Argentina, Chile, Espanha, França, Nova Zelândia, Portugal e Itália com desconto. Um ótimo custo-benefício na promoção é o neozelandês Dog Point Sauvignon Blanc 2009, que obteve 90/100 pontos do crítico Robert Parker, de R$ 119,68 por R$ 95,74.

Chateau de L'estang, da importadora Vinos Y Vinos / Foto: divulgação

Entre os oito rótulos em promoção, duas opções com ótima relação preço-qualidade: o Chateau de L’Estang 2007, produzido na região francesa de Bordeaux (com 25% de desconto, sai a R$ 54,00) e o californiano Trinchero Estate Premium Cabernet Sauvignon 2004 (R$ 94,00, com 30% de desconto). Até o fim dos estoques.

Cerca de 100 rótulos, entre brancos, tintos, rosés e espumantes estão com desconto de até 70%. O champanhe Delamotte Blanc de Blancs Brut, que ganhou 89 pontos na avaliação do crítico Robert Parker, está com 41% d e desconto (de R$ 258,00 por R$ 149,90). Já o branco Trebbiano d’Abruzzo DOC 2007 sai de R$ 36,00 por R$ 19,90 (desconto de 44%). Para compras acima de R$ 300,00 os vinhos podem ser entregues no endereço do cliente. Compras acima de R$ 1.500,00 podem ser parceladas em cinco vezes no cartão de crédito. Até 4 de fevereiro ou fim do estoque.

Clos Mathis Riesling, importado pela Zahil / Foto: divulgação

Até 29 de fevereiro ou enquanto houver estoque, 22 rótulos de diversos países estão com descontos de 25% a 50% na loja da Zahil em São Paulo (Rua Manuel Guedes, 294, Itaim Bibi). A barbada aqui é aproveitar as garrafas dos últimos lotes dos vinhos alsacianos do produtor André Ostertag. Entre eles, o delicioso Riesling Clos Mathis 2006, com 40% de desconto (de R$ 243,00 por R$ 145,80). O ótimo Rutini Syrah 2006, da Argentina, sai a R$ 70,20 (35% de desconto sobre o preço original de R$ 108,00).

 

 

 

A notícia do dia!

Publicado na Veja.com:

Foto: Ligia Skowronski

Beber cerveja todo dia faz bem e combate até diabetes

Para as mulheres são dois copos pequenos da bebida; para os homens, três

A cerveja foi elevada ao status do vinho no que diz respeito aos benefícios à saúde. Um novo estudo espanhol comprovou que tomar uma caneca da bebida por dia combate diabetes, evita ganho de peso e previne contra hipertensão. Além de ter graduação alcoólica baixa, a cerveja contém ainda ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio – nutrientes que protegem o sistema cardiovascular.

“Nesse estudo, nós conseguimos banir alguns mitos. Sabemos que a cerveja não é a culpada pela obesidade, já que ela tem cerca de 200 calorias por caneca – o mesmo que um café com leite integral”, destaca a médica Rosa Lamuela, uma das responsáveis pela pesquisa feita em parceria entre a Universidade de Barcelona, o Hospital Clínico de Barcelona e o Instituto Carlos III de Madri.

Os especialistas afirmam também que a cerveja não é a responsável pelo aumento da gordura abdominal. A culpa, na verdade, seria dos aperitivos gordurosos, como salgadinhos e frituras, que grande parte das pessoas consome junto à bebida.

O estudo, realizado com 1.249 homens e mulheres acima de 57 anos, indica que mulheres podem tomar dois copos pequenos de cerveja por dia, enquanto para os homens estão liberados até três copos. Contudo, o hábito deve estar associado a uma dieta saudável e a exercícios físicos regulares.

10 botecos (quase) à beira-mar para aproveitar o verão

Antes de mais nada, quero desejar um Feliz 2012 a todos que me leem (e também aos que não me leem).

Em segundo lugar, e indo direto ao ponto, apresento esta lista com 10 botecos e/ou bares pé-na-areia para curtir ainda neste verão, de Norte a Sul do Brasil, em capitais e cidades praianas. Capriche no protetor solar e saúde!

1. Box 32 (Florianópolis

Balcão do Box 32 / Foto: Madalena Leles

Grande atração do Mercado Público, o bar é decorado com fotos de artistas, jogadores de futebol e personalidades clicadas ali mesmo. A razão do sucesso entre forasteiros e locais é o cardápio de petiscos com peixes e frutos do mar. Arrisco dizer que num raio entre Floripa e Porto Alegre (ou Curitiba) não há bolinho do bacalhau nem pastel de camarão (com 100 gramas de recheio!) que faça frente aos que são servidos na casa.

Mercado Público Municipal, box 32, centro histórico, Florianópolis, tel. (48) 3224-5588, www.box32.com.br.

 

2. Heinz (Santos)

Heinz Bar / Foto: Leo Feltran
 
Desde 1960, época em que os poucos prédios então existentes na orla santista ainda não haviam entortado, este bar atrai gerações de fregueses fieis em busca do excelente chope, um dos melhores do país (não estou exagerando). Como vai ser impossível tomar apenas um copo, forre o estômago com uma porção de salsichão.

Rua Lincoln Feliciano, 104, Boqueirão, Santos, tel. (13) 3286-1875, www.barheinz.com.br.

 

3. Bar do Genésio (Ilhabela)

No meio do caminho entre a balsa e a vila, este botecão de esquina, simplório, merece sua visita por um único motivo: as saborosas empadinhas de camarão. Se estiver com um tempinho livre, acomode-se em uma das mesas de plástico sobre a calçada, peça uma Brahma e esqueça um pouco da vida.

Avenida Pedro de Paula Moraes, Saco da Capela, Ilhabela.

 

4. O Caranguejo (Rio de Janeiro)

O Caranguejo / Foto: Daniella Duarte

A três quarteirões da Avenida Atlântica, este bar-restaurante dispensa o marketing de similares como o Bracarense ou o Jobi. Da cozinha saem coisas seriíssimas, caso do pastel de siri, uma companhia mais que perfeita para o chopinho.

Rua Barata Ribeiro, 711, Copacabana, Rio de Janeiro, tel. (21) 2235-1249, www.restauranteocaranguejo.com.br.

 

5. Ceará Bar (Vitória)

Ceará Bar / Foto: Leo Feltran

As mesas de plásticos que teimam em escapar pela calçada em frente a este boteco cinquentão ficam lotadas quase todas as noites e nas tardes de sábado. Uma vez ali, siga os habitués e abra os trabalhos com o pastel de siri e a batidinha de pitanga.

Avenida Demerval Lyrio, 55, Mata da Praia, Vitória, tel. (27) 3327-4665.

 

6. Maria Nilza (Guaiú – BA)

Maria Nilza Rosa Soares é uma simpatia só, uma anfitriã como poucas, uma lady. Com graça e simpatia, recebe os fregueses e logo os deixa à vontade para aproveitar o mar, que está bem ali à frente. Para comer? Mais pastel de siri e moquecas preparadas no forno a lenha, simplesmente sensacionais.

Praia de Guaiú, Santo André, distrito de Santa Cruz de Cabrália.

 

7. Boteco do França (Salvador)

Boteco do França / Foto: Heudes Régis

França é Antônio França Vieira, ex-garçom que tornou-se patrão ao abrir este botecaço no Rio Vermelho, um dos bairros mais boêmios de Salvador. Não há muito segredo escondido aqui não: é só chegar, tomar posse de uma mesinha do lado de fora, pedir uma Bohemia e revezar os tira-gostos entre o bolinho de bacalhau (com massa de aipim/macaxeira/mandioca), o polvo à vinagrete, a carne de sol…

Rua Borges dos Reis, 24-A, Rio Vermelho, tel. (71) 3334-2734, www.botecodofranca.com.br.

 

8. Venezia Tropicale (Japaratinga – AL)

A Praia de Japaratinga é uma típica vila de pescadores, no meio do cmainho entre as badaladas Maragogi e São Miguel dos Milagres, no litoral norte alagoano. Os barquinhos ficam ancorados à espera da próxima saída mar adentro, a areia branca realça a cor azul esverdeada e quase caribenha da água e nada de luxos ou confortos urbanos. Literalmente pé-na-areia, este bar-restaurante-pousada administrado por um italiano de Veneza é o ponto de apoio ideal, se não foi o único, para quem quer passar o dia ali. Boa pedida: risoto de camarão, para duas pessoas.

Avenida Napoleão Rodrigues da Silva, 150, Japaratinga, tel. (82) 3297-1273.

 

9. Casa de Banhos (Recife)

O fato de ser um dos melhores lugares da capital pernambucana para ver o crepúsculo não basta para convencê-lo a passar umas boas horas por ali? Pois saiba que do bar saem boas caipirinhas e um caldinho de sururu capaz de desafiar os fígados mais resistentes. O acesso à casa se dá de duas formas: de carro, pela beira-mar de Brasília Teimosa, e de barco.

Molhes do Porto do Recife, quilômetro 1, Brasília Teimosa, Recife, tel. (81) 3075-8776.

 

10. Espetinho do Pedro (Natal)

Espeto do Pedro/ Foto: Luis Morais

Ok, os espetinhos são a especialidade da casa. Mas o programa ideal pode até dispensar a, digamos, iguaria. Poucas sensações neste mundo são mais prazerosas do que entregar-se ao ócio em um das mesas dispostas sob os dois pés de algodão-do-pará que dão sombra ao bar. Acha que pegaria mal dar uma bandeira dessas? Chame o garçom, peça uma gelada e agradeça a Deus por estar ali. 

Avenida Brigadeiro Gomes Ribeiro, s/nº, Morro Branco, Natal, (84) 9471-2854.

Permita-me discordar

Empório sagarana / Foto: Mario Rodrigues

Eleito o melhor boteco de São Paulo pelo júri da Vejinha “Comer & Beber”, o Empório Sagarana, devo discordar, não é o melhor boteco de São Paulo. É um lugar bacana, sem dúvida, com suas virtudes e poucos defeitos.

Direto ao assunto, como diria o comentarista político, falta ao Sagarana, que nasceu em 2009, vencer a infância, a adolescência e ganhar algumas rugas que, com os anos, espera-se, o bar haverá de conquistar. Por exemplo, uma parede e uma ou outra mesa encardidos; uns bebuns e chatos falando sozinho no canto do balcão que, aliás, é muito pouco convidativo.

Ao cardápio faria bem a inclusão de umas porçõezinhas menos empertigadas, um torresminho, uma moela ou língua no molho, um amendoinzinho cozido ou torrado, algo menos empertigado (não vale apelar para aqueles com a casca colorida, vendidos ali a R$ 6,00 cada cumbuca) para compor a lista ao lado daqueles saborosos, sim, pães de queijo com recheio de pernil desfiado (R$ 20,00 a porção com quatro unidades).

Já que comecei a falar de coisas boas, a seleta de cachaças é benfeita, pautada por rótulos que viajam desde a Paraíba (Serra Limpa, R$ 10,00 a dose) e Minas Gerais (Claudionor, R$ 8,00). Algumas dezenas de marcas de cerveja, importadas e de microcervejarias brasileiras, também estão à venda, a exemplo da Colorado Indica (R$ 18,00, de Ribeirão Preto) e da holandesa La Trappe Quadrupel (uma facada, R$ 55,00).

No fim das contas, parafraseando Guimarães Rosa, autor de Sagarana, eu fico reconhecendo que o bar, tal qual o mundo, é “facílimo de se aturar.”

Empório Sagarana. Rua Marco Aurélio, 883, Vila Romana, tel. (11) 3539-6560, http://www.emporiosagarana.com.br.

Aplicativo 1001 bares: grátis, por tempo limitado

 

Se você tem iPhone, aproveite: por período limitado, o download do aplicativo digital “1001 Bares no Brasil para Conhecer Antes de Morrer”, do GUIA QUATRO RODAS, é gratuito. De Porto Alegre a Recife, o app apresenta bares de diferentes estilos, em trinta cidades brasileiras. Além de explorar detalhes dos estabelecimentos – são cerca de 500 fotos –, o usuário pode, por exemplo, montar uma lista dos lugares que já conhece e outra das casas que pretende visitar pelo país.

Comida di Buteco: mais novidades

Conforme o blog antecipou com exclusividade, o festival Comida di Buteco chega a São Paulo em 2012.

A data do início concurso já está definida: 1º de junho. A edição paulistana terá a participação de 50 botecos: 10 de cada região da cidade (zonas Norte, Sul, Leste e Oeste) e 10 da área central.

Diferentemente do que aocntece nas demais 15 cidades, onde o evento será realizado simultanemante a partir de 13 de abril, não deve ser exigido dos botecos a criaçã de petiscos com um determinado ingrediente que represente a culinária local. Em Belo Horizonte e nas demais cidades mineiras, por exemplo, os botecos terão de criar petiscos com queijo-de-minas. Em Goiânia, os ingredientes são: gueroba, baru e milho.

Mais informações em www.comidadibuteco.com.br.

Vamos copiar os cariocas: boteco é Patrimônio Cultural

 

Bar Brasil / Foto: Semi Yassuda

 
Não sei de quem foi a ideia, mas ela é genial: hoje termina no Rio de Janeiro o 1º Seminário Internacional do Bar Tradicional, que discute, entre outros assuntos, a história, o clima e o espaço dedicado aos botequins. O apocalíptico tema “Crise atual e estratégias de preservação” vai fechar o evento nesta tarde, que acontece na Estudantina (Praça Tiradentes, 81, centro).

Calma, gente, vamos tomar uma gelada? Não sei qual será a conclusão dos debatedores, mas os bares tradicionais não estão em crise nem no Rio nem em São Paulo ou em qualquer outro canto do país. Uns morrem, é verdade, outros nascem já clássicos, outros sobrevivem por décadas. Assim é a vida, certo?

Tanto não há crise, graças a Gobbo, o anjo protetor dos bares, que doze endereços tradicionais do Rio de Janeiro passam a ser considerados Patrimônio Cultural da Cidade, de acordo com decreto assinado na abertura do seminnário, ontem, pelo prefeito Eduardo Paes. Os mais jovens da lista estão na ativa desde a década de 1930! São eles:

Café Lamas (viva o filé à oswaldo aranha!), Bar Luiz (chopinho e salsichão, que combinação!), Nova Capela (cabrito na madruga), Restaurante Pastoria, o “28” (mais cabrito), Casa Paladino (e sua omelete de bacalhau), Adega Flor de Coimbra (b’linhux d’ b’c’lhau!), Armazém Senado (tremoço e azeitona pra acompanhar a cerveja), Bar Brasil (chope centenário), Bar Lagoa (que lindo!), Cosmopolita (aqui o embaixador do Brasil nos EUA Oswaldo Aranha inventou o… filé à oswaldo aranha), Armazém São Thiago (e aquela polpetta, hein?) e Adega Pérola (sushi de português, isto é, sardinha marinada e enrolada).

Pois terá meu voto nas eleições municipais paulistanas de 2012 o candidato honesto, capaz, comprometido com o ideal de fazer de São Paulo uma cidade melhor e que tiver ideia semelhante a essa dos cariocas, ou seja, de valorizar os botecos e restaurantes mais antigos e tradicionais como um Patrimônio Cultural local. Para dar uma mãozinha, vai aqui a minha lista, também com 12 indicados e seu respectivo ano de abertura. Como critério de seleção, além de minha preferência pessoal, adotei a idade: Todos são mais velhos do que este blogueiro.

1. Bar do Alemão (1968), sanduba de rosbife, samba e choro à paulistana.

2. Bar do Vito (1942), roll-mops (sardinha na salmoura) e cerveja.

3. Bar do Luiz Fernandes (1970) e os bolinhos de carne e de bacalhau feitos pela Dona Idalina.

Bar do Luiz Fernandes / Foto: Mario Rodrigues

 

4. Bar do Luiz Nozoie (1962) e as cervejas mais bem geladas da cidade.

5. Elídio Bar (1973), o balcão de petiscos merece um tombamento à parte. Mas eu quero a versão antiga do bar de volta!

6. Estadão (1968), o melhor sanduíche de pernil deste lado do universo.

7. Frevo (1956), depois do cinema, sempre.

8. Jabuti (1967). Polvo à vinagrete e estamos conversados.

Jabuti / Foto: Gustavo Lourenção

 

9. A Juriti (1957). Rãs e batidas de coco.

10. Léo (1940), o chope. O bolinho de bacalhau. As manhãs de sábado. E seus descendentes Barão e Amigo Leal.

11. Moraes (1929) e seu filé.

12. Pé Pra Fora (1970), a melhor varanda e o melhor filé aperitivo.

13 (…putz, errei na conta!). Valadares (1962), batata serragem e cerveja para fazer descer os testículos de boi.

E para você, que boteco mereceria o título de Patrimônio Cultural paulistano?