Minuto de silêncio para o Armando

Bar do Armando: símbolo manauara / Foto: Leo Feltran

 Se o Teatro Amazonas é o principal ponto turístico do centro de Manaus, o vizinho Bar do Armando terá sido o maior símbolo da boemia manauara em todos os tempos.

Quem já passou um fim de tarde, ou um fim de noite, ou as duas coisas, tomando uma cervejinha em uma das mesas de plástico dispostas sobre o calçadão ou o asfalto, há de concordar comigo. E há também de lamentar a morte de Armando Dias Soares, na terça-feira, 10 de abril, aos 77 anos, que foi quem transformou aquele imóvel simples e de fachada antiga num dos melhores botecos do país.

Armando não precisou pensar muito antes que isso viesse a acontecer. Nascido em Portugal, chegou ao norte do Brasil em 1952. Trabalhou em bares e teve uma banca de frutas no mercado público, até que, nos anos 70, passou a administrar a mercearia que o cunhado havia montado naquele ponto do Largo de São Sebastião, para o qual o belo Teatro Amazonas dá fundos.

 

Armando, avental azul e o pernil: inseparáveis / Foto: Cacau Mangabeira

 

Sempre vestindo avental azul, pouco tempo depois tomaria a decisão correta de mudar o foco do empreendimento ao ver chegar a concorrência das grandes redes de supermercados à cidade.

Manaus perdia uma quitanda mas imortalizava aquele endereço.

Nas três vezes em que estive ali, lembro-me de tê-lo visto administrar tudo sozinho: tomando conta do salão, checando os pedidos e preparando sanduíches de pernil no pão francês que locais e forasteiros, como eu, devorávamos com avidez enquanto víamos a vida passar.

Depois de três dias fechado por luto, o Bar do Armando foi reaberto. “Era o desejo dele, que continuássemos com seu legado”, disse-me o genro, Roberto Carvalho.

Bar do Armando. Rua 10 de Julho, 593, centro, Manaus, tel. (92) 3232-1195.

Estamos a quatro horas do Verão

Se seu voo de São Paulo a Manaus for tranquilo, então você estará a quatro horas do verão. Sim, a julgar pelo calor absurdo (a média, eu disse a média, na cidade é de 32 graus) e pelo que disse o taxista que me levou do aeroporto ao hotel, o verão acabou de começar em Manaus.
Estive lá de quinta, 21, a ontem, domingo. Fui representar a revista VEJA no evento de premição da edição especial VEJA Manaus – o melhor da cidade.
Cupuaçu, pirarucu, costela de tambaqui, teatro Amazonas, jambu, mergulho no rio Amazonas, provei de tudo isso lá. E ainda conheci dois lugares muito interessantes:
– bar do Armando, um botecaço com vista para o Largo São Sebastião e o majestoso teatro. É o Armando quem prepara o sanduíche de pernil, quem atende as mesas e quem serve a cerveja gelada, que ali se bebe em copos de uísque;
– bistrô Ananã: a chef Sofia Bendelak foi eleita a chef do ano pelo júri de VEJA Manaus. Ela faz uma comida contemporânea (comi quibe de caranguejo e tapioquinha com foie gras), seu barman prepara um bom drinque (vodca com tangerina e mangarataia), a luz é controlada, o que faz com que o lugar seja uma ótima opção para ir a dois, e o som ambiente, dos bons. Foi uma boa supresa perceber que (oh-ou) conhecia a voz da vocalista da banda finlandesa Husky Rescue e conferir no CD trazido à mesa pela garçonete que eu estava certo. Preste atenção na bela dona da voz e diga se você não gostaria de estar numa festinha como aquela: