Joan Sehn / Foto: facebook.com/joansehn
A zona sul de São Paulo, naquele imenso pedaço que vai de Moema a Santo Amaro, sempre foi um reduto de bares e restaurantes inspirados na culinária alemã. Alguns ainda resistem, como o Zur Alten Muhle (no Brooklin), o Bierquelle, o Konstanz e o Whinduk, em Moema.
Outros já se foram, casos do Zillerthal e do Choppinho´s.
E há aqueles que ressuscitaram – ou foram ressuscitados – casos do Ilhabela (que não está mais na João Dias, no entanto) e do Joan Sehn.
O Joan Sehn original foi fundado em 1937 e encerrou as atividades em 2010, para que o ponto desse lugar a um empreendimento imobiliário.
Durante muito tempo, foi a choperia mais antiga em atividade em São Paulo, e recebia muitos boêmios em seu salão gasto, compridão, com a cara de bar alemão.
Pois a casa foi reaberta há pouco mais de um ano, pelas mãos da antiga proprietária, e, desta vez, só não teve vida curta porque antigos frequentadores do Joan Sehn se uniram e compraram o bar, mantendo-o em atividade.
Estive lá e pude perceber que, sim, há certos elementos que aludem à antiga choperia, mas, a bem da verdade, o que tinha de ficar no passado, ficou.
Embora esteja localizado na mesma rua de antes, a atmosfera é outra, assim como a decoração. As paredes são forradas por lambe-lambes alusivos à uma marca de cerveja, há duas TVs no fundo do salão e piso de cimento queimado.
A lembrança do passado vem graças ao balcão extenso, do lado esquerdo de quem entra, onde ficam os frios que serão servidos em porções e a chopeira.
Da equipe antiga, aliás, foi recrutado o Ribeiro, que é o cortador oficial de frios.
O cardápio também recupera os itens que eram clássicos no velho Joan Sehn, tipicamente alemães. Por exemplo, o mix de salsichas, o frikadel (um bolinho de carne temperado com especiarias, e o currywurst, que foi o que eu comi e me fez lembrar dos botecos (ou knipes) aos quais vou, quando visito minha irmã na Alemanha. É uma porção de salsicha branca grelhada, com molho picante e mostarda. Vem com batata frita.
E tem o chope, é claro, bem tirado. Aos nostálgicos, como eu, ou a quem não conheceu o velho Joan Sehn, vale a visita.
Joan Sehn. Avenida Lavandisca, 477, Moema.