10 botecos (quase) à beira-mar para aproveitar o verão

Antes de mais nada, quero desejar um Feliz 2012 a todos que me leem (e também aos que não me leem).

Em segundo lugar, e indo direto ao ponto, apresento esta lista com 10 botecos e/ou bares pé-na-areia para curtir ainda neste verão, de Norte a Sul do Brasil, em capitais e cidades praianas. Capriche no protetor solar e saúde!

1. Box 32 (Florianópolis

Balcão do Box 32 / Foto: Madalena Leles

Grande atração do Mercado Público, o bar é decorado com fotos de artistas, jogadores de futebol e personalidades clicadas ali mesmo. A razão do sucesso entre forasteiros e locais é o cardápio de petiscos com peixes e frutos do mar. Arrisco dizer que num raio entre Floripa e Porto Alegre (ou Curitiba) não há bolinho do bacalhau nem pastel de camarão (com 100 gramas de recheio!) que faça frente aos que são servidos na casa.

Mercado Público Municipal, box 32, centro histórico, Florianópolis, tel. (48) 3224-5588, www.box32.com.br.

 

2. Heinz (Santos)

Heinz Bar / Foto: Leo Feltran
 
Desde 1960, época em que os poucos prédios então existentes na orla santista ainda não haviam entortado, este bar atrai gerações de fregueses fieis em busca do excelente chope, um dos melhores do país (não estou exagerando). Como vai ser impossível tomar apenas um copo, forre o estômago com uma porção de salsichão.

Rua Lincoln Feliciano, 104, Boqueirão, Santos, tel. (13) 3286-1875, www.barheinz.com.br.

 

3. Bar do Genésio (Ilhabela)

No meio do caminho entre a balsa e a vila, este botecão de esquina, simplório, merece sua visita por um único motivo: as saborosas empadinhas de camarão. Se estiver com um tempinho livre, acomode-se em uma das mesas de plástico sobre a calçada, peça uma Brahma e esqueça um pouco da vida.

Avenida Pedro de Paula Moraes, Saco da Capela, Ilhabela.

 

4. O Caranguejo (Rio de Janeiro)

O Caranguejo / Foto: Daniella Duarte

A três quarteirões da Avenida Atlântica, este bar-restaurante dispensa o marketing de similares como o Bracarense ou o Jobi. Da cozinha saem coisas seriíssimas, caso do pastel de siri, uma companhia mais que perfeita para o chopinho.

Rua Barata Ribeiro, 711, Copacabana, Rio de Janeiro, tel. (21) 2235-1249, www.restauranteocaranguejo.com.br.

 

5. Ceará Bar (Vitória)

Ceará Bar / Foto: Leo Feltran

As mesas de plásticos que teimam em escapar pela calçada em frente a este boteco cinquentão ficam lotadas quase todas as noites e nas tardes de sábado. Uma vez ali, siga os habitués e abra os trabalhos com o pastel de siri e a batidinha de pitanga.

Avenida Demerval Lyrio, 55, Mata da Praia, Vitória, tel. (27) 3327-4665.

 

6. Maria Nilza (Guaiú – BA)

Maria Nilza Rosa Soares é uma simpatia só, uma anfitriã como poucas, uma lady. Com graça e simpatia, recebe os fregueses e logo os deixa à vontade para aproveitar o mar, que está bem ali à frente. Para comer? Mais pastel de siri e moquecas preparadas no forno a lenha, simplesmente sensacionais.

Praia de Guaiú, Santo André, distrito de Santa Cruz de Cabrália.

 

7. Boteco do França (Salvador)

Boteco do França / Foto: Heudes Régis

França é Antônio França Vieira, ex-garçom que tornou-se patrão ao abrir este botecaço no Rio Vermelho, um dos bairros mais boêmios de Salvador. Não há muito segredo escondido aqui não: é só chegar, tomar posse de uma mesinha do lado de fora, pedir uma Bohemia e revezar os tira-gostos entre o bolinho de bacalhau (com massa de aipim/macaxeira/mandioca), o polvo à vinagrete, a carne de sol…

Rua Borges dos Reis, 24-A, Rio Vermelho, tel. (71) 3334-2734, www.botecodofranca.com.br.

 

8. Venezia Tropicale (Japaratinga – AL)

A Praia de Japaratinga é uma típica vila de pescadores, no meio do cmainho entre as badaladas Maragogi e São Miguel dos Milagres, no litoral norte alagoano. Os barquinhos ficam ancorados à espera da próxima saída mar adentro, a areia branca realça a cor azul esverdeada e quase caribenha da água e nada de luxos ou confortos urbanos. Literalmente pé-na-areia, este bar-restaurante-pousada administrado por um italiano de Veneza é o ponto de apoio ideal, se não foi o único, para quem quer passar o dia ali. Boa pedida: risoto de camarão, para duas pessoas.

Avenida Napoleão Rodrigues da Silva, 150, Japaratinga, tel. (82) 3297-1273.

 

9. Casa de Banhos (Recife)

O fato de ser um dos melhores lugares da capital pernambucana para ver o crepúsculo não basta para convencê-lo a passar umas boas horas por ali? Pois saiba que do bar saem boas caipirinhas e um caldinho de sururu capaz de desafiar os fígados mais resistentes. O acesso à casa se dá de duas formas: de carro, pela beira-mar de Brasília Teimosa, e de barco.

Molhes do Porto do Recife, quilômetro 1, Brasília Teimosa, Recife, tel. (81) 3075-8776.

 

10. Espetinho do Pedro (Natal)

Espeto do Pedro/ Foto: Luis Morais

Ok, os espetinhos são a especialidade da casa. Mas o programa ideal pode até dispensar a, digamos, iguaria. Poucas sensações neste mundo são mais prazerosas do que entregar-se ao ócio em um das mesas dispostas sob os dois pés de algodão-do-pará que dão sombra ao bar. Acha que pegaria mal dar uma bandeira dessas? Chame o garçom, peça uma gelada e agradeça a Deus por estar ali. 

Avenida Brigadeiro Gomes Ribeiro, s/nº, Morro Branco, Natal, (84) 9471-2854.

Recife e Olinda

Boa Viagem/ Foto: divulgação

Voltar a Pernambuco é sempre uma bênção – no verão e a poucas semanas do carnaval é ainda melhor. Os blocos mais tradicionais de Recife e da vizinha Olinda, como o das Virgens, começam a realizar as suas prévias, festas que tomam conta das ladeiras e ruas das duas cidades.

Ainda que eu tenha passado apenas duas noites em Recife, pude conferir o novo point na orla de Boa Viagem. A faixa de areia em frente ao Edifício Acaiaca, na altura do número 3500 continua sendo o “Posto 9” local, agitada e sempre cheia nos fins de semana. Cheia até demais, para falar a verdade. Não é à toa que neste verão os mais descolados recolheram as cadeiras de praia e o guarda-sol e decidiram marcar presença algumas centenas de metros mais adiante, em direção ao Pina, onde um barraqueiro esperto teve a ideia de estender um tapete vermelho do calçadão à areia, a fim de receber seus clientes.

Trata-se da Barraca do Pezão, que fica num trecho com poucos arrecifes, portanto, ideal para um mergulho naquele mar sempre verde e quente. Sob o guarda-sol, ele entrega ao cliente-banhista caipiroscas feitas com vodca Absolut e, comodidade impensável, aceita pagamentos com cartão de crédito. Diria, sem medo de errar, que ali está o novo Acaiaca.

Pude também voltar a Olinda, ainda que por meia tarde. Para quem é forasteiro e já passou alguns carnavais subindo e descendo suas ladeiras de paralelepípedo – no meu caso, foram três, em 1997, 2000 e 2010 – torna-se obrigatório visitar a cidade em um período que não seja o da folia.

Dois dos melhores representanets da gastronomia local estão localizados na cidade, o Oficina do Sabor e o Maison do Bomfim, onde almocei desta vez, embora tenham lugar cativo na minha memória a caipirinha de seriguela e os jerimuns recheados, ora por camarão, ora por carne de sol, do primeiro.

Como o Oficina, o Maison do Bomfim também ocupa um casarão no centro histórico. Sua cozinha está a cargo do franco-ganense Jeff Colas, que transformou um antigo albergue da juventude nesse restaurante especializado em culinária francesa. Pedi uma das opções de camarão, que veio grelhado com ervas-finas e, para a sobremesa, o crepe suzette.

Para acompanhar a refeição, meia-garrafa do Casa Valduga Chardonnay, produzido no Vale dos Vinhedos (RS). Aqui coube um comentário com a garçonete sobre a carta de vinhos, que trazia rótulo chilenos, argentinos e franceses. Uma vez que o Vale do São Francisco está próximo dali, por que não oferecer opções de brancos, espumantes e mesmo do shiraz que são elaborados ali? Em geral são bebidas leves, perfeitamente coerentes para ser apreciadas no eterno calor nordestino.

Para fazer a digestão, caminhei pela cidade, passei pela Rua do Amparo, os Quatro Cantos – o epicentro do carnaval –, desci a Prudente de Moraes. Somente ao entrar na fabulosa Basílica de São Bento (1582) é que percebi que estava a cantarolar o célebre hino dos Elefantes de Olinda: “Olinda, quero cantar/ a ti esta canção/ Teus coqueirais…”

Barraca do Pezão. Praia de Boa Viagem, altura do número 2000, Recife.

Maison do Bomfim. Rua do Bonfim, 115, carmo, Olinda, tel. (81) 3429-1674.