De volta ao Recife I

Até a noite de sexta-feira passada, eu não havia decidido o que fazer no fim de semana, conforme escrevi duas notas abaixo – aliás, agradeço ao leitor (ou leitora?) Mesa Para 1 por sua dica para que eu conhecesse o Capibar; pena que só tenha lido o comentário ontem.

De carona com meu amigo Carlinhos, naquele dia segui para o Fiteiro (foto), eleito o melhor boteco pelo júri de Veja Recife.

No meio do caminho entre Boa Viagem e a Tamarineira, bairro em que está localizado o Fiteiro, passei pela área de Brasília Teimosa, no Pina. Sem exagero, digo que é dessa favela – sim, favela – que se tem o entardecer mais sensacional de Recife.

É atravessando seus becos – e uma avenida que foi aberta nos últimos anos no lugar em que existiam palafitas – que se chega à Casa de Banhos, este sim, pensando bem, o melhor lugar para ver o Sol se pôr. Fica num dique entre o rio e o mar. Não foi bem só esse pôr-do-sol, mas também a cerveja gelada, as companhias de então, o caldinho de sururu, que me fizeram perder um vôo de volta, nove anos atrás… Tive de pegar um seguinte, descer no Rio e de lá seguir num ônibus para São Paulo, pois já era tarde da noite. Nem me lembro que justificativa dei ao chefe pelo vacilo mas, assim como agora, estava viajando a trabalho.

Desta vez perdi o entardecer, mas vi a Lua nascer e tornar-se cheia, amarela, matadora, ali no Pina, como dizia, a caminho do Fiteiro, onde mais tarde iria encontrar Emerson, Lena e Carol. Esse botecaço funciona num casarão dos anos 40 ou 50, de frente para uma praça que, imagino, foi bucólica algum dia, talvez no tempo em que no casarão simplesmente morava uma família.

Abri os trabalhos com o bom caldinho de feijão temperado por charque e ovo de codorna, que vem acompanhado de torresmo. Depois encarei um minissanduíche de pernil, seguido de uns pedaços de queijo-de-coalho.

De lá, eu e meus amigos voltamos para Boa Viagem e paramos no Boteco Maxime, que tem a melhor happy hour da cidade, na opinião dos jurados de Veja Recife. Não tenho como concordar nem como discordar disso, até por que chegamos ali por volta das onze da noite.

Mas o Boteco Maxime tem como irmão mais velho o Boteco, como tal faz a linha boteco-chique, pé limpo como dizem os cariocas, e serve um chope redondinho. Difícil resistir – e eu não resisti – às constantes ofertas dos garçons, que circulam pelo salão e pela área externa levando bandejas lotadas de coxinhas de caranguejo, empadinhas, bolinhos de bacalhau e de macaxeira com camarão.

Mas o melhor de tudo, obviamente, é que fica de frente para o mar e para a brisa de Boa Viagem.

Boteco Maxime. Avenida Boa Viagem, 21, Boa Viagem, Recife, tel. (81) 3465-1491.

Casa de Banhos. Arrecifes do Porto do Recife, quilômetro 1, Brasília Teimosa, Pina, Recife, tel. (81) 3075-8776.

Fiteiro. Rua Afonso Celso, 264, Tamarineira, Recife, tel. (81) 3442-4799.

PS: um bar que tem um poético endereço como “Arrecifes do Porto do Recife” só pode ser mesmo sensacional

5 thoughts on “De volta ao Recife I

  1. Oi Raquel!Mais uma vez aproveito para agradecer sua participacao como jurada on-line de Veja Recife. Sim, consegui ir para Gravata, mas so vou escrever sobre essa experiencia nos proximos dias, assim que der conta de visitar dezenas de bons bares, restaurantes e casas de comidinhas aqui em Campinas, onde estou agora.abs.

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