Dias atrás os jornais noticiaram que após 1 ano e 8 meses foi registrado um homicídio na Mooca. Esse longo intervalo de paz faz do bairro um dos mais tranquilos da cidade. Disso, qualquer mooquenseestá cansado de saber. Se São Paulo fosse uma grande Mooca, já pensaram que beleza esta cidade não seria?
Pois, além do sossego, a Mooca nos oferece o sotaque, o Juventus (o clube), a Juventus (a casa de esfihas), os panetones da Di Cunto, as massas do Carlini (que tirou o Don do nome) e o Elídio Bar, entre outros refúgios gastronômicos.
Além desses grandes símbolos locais, as ruas de paralelepípedo, paralelas e transversais à artéria que é a Avenida Paes de Barros, revelam lugares menos badalados. E surpreendentemente bons, como a Cervejaria do Alemão, que conheci ontem a convite do meu amigo Walter Tommasi.
Para fazer par com o chope cremoso e bem tirado, de colarinho alto, ou para manter o fígado em ordem diante da boa oferta de cachaças, a lista de tira-gostos vai do frango à passarinho (bom, sequinho) com mandioca (sem sal) e do pernil temperado (bom, úmido e levemente adocicado) à costelinha de tambaqui ao filé à parmigiana aperitivo.
Inaugurado em 1996 numa esquina da Rua Madre de Deus, o botecão foi sedo decorado aos poucos, com a contribuição de fregueses, que passaram a presentear o anfitrião, o corintiano Hans Von Bier (se traduzido para a língua alemã, seu nome seria algo como “Hans da Cerveja!”). Por isso as paredes ostentam camisas do Juventus, da Portuguesa e do Corinthianas, com destaque para uma do já saudoso Dr. Sócrates.
Mas eu recomendo ao caro leitor uma corrida de olhos mais atenta às fotos do anfitrião expostas na parede. Em uma delas do início dos anos 80, tá lá ele abraçado com a Xuxa, num clique feito antes de ela assumir seu reinado.
Cervejaria do Alemão. Rua Madre de Deus, 325, Mooca, tel. (11) 2291-8960.